Rio de Janeiro

Presídios terão segurança reforçada, mas já há rebelião

Após intervenção, medida operacional foi tomada para tentar evitar reações dos presos

Seg, 19/02/18 - 03h00
Exército aguarda publicação de decreto para ir às ruas, o que deverá ocorrer após votação na Câmara e no Senado | Foto: Fábio Motta/Estadão Conteúdo - 17.02.2018

RIO DE JANEIRO. Após o anúncio da intervenção na área de segurança do Rio, a Secretaria de Administração Penitenciária do Rio (Seap) decidiu reforçar a segurança nos presídios do Estado, como prevenção contra eventuais reações da população carcerária.

“Uma série de medidas operacionais foram adotadas com o objetivo de impedir instabilidades no sistema carcerário”, disse, em nota, o secretário de Administração Penitenciária, David Anthony Gonçalves Alves.

A Seap não detalhou quais são as medidas, alegando “questões de segurança”. No documento, a secretaria diz que mudanças no controle dos presídios já vinham sendo elaboradas desde a posse de Alves, no dia 24 de janeiro, e foram antecipadas após o anúncio da intervenção.

“Embora a crise na segurança pública do Rio de Janeiro tenha sido alvo de atenção agora, a da Seap ocorreu há um mês, quando assumimos a atual administração”, afirmou o secretário.

O secretário anterior, Erir Ribeiro, foi afastado pelo governador Luiz Fernando Pezão (MDB) a pedido do Ministério Público, devido às denúncias de regalias concedidas ao ex-governador Sergio Cabral em sua passagem pelos presídios Bangu 8 e Benfica.

O Rio tem 54 unidades carcerárias, com 51 mil detentos, embora as prisões tenham capacidade para abrigar 26 mil pessoas. O sindicato dos trabalhadores na área calcula que o Estado tenha um déficit de 2.500 agentes penitenciários.

O Comando Militar do Leste (CML) informou que não houve qualquer determinação do interventor Walter Souza Braga Netto com relação a reforço da segurança nos presídios. Braga Netto ainda não tomou medidas práticas para dar início à intervenção.

De acordo com o CML, ele vai esperar a aprovação do decreto de intervenção no Congresso antes de promover mudanças estruturais na área de Segurança do Estado.

Rebelião. No início da noite desse domingo (18), pouco depois do anúncio, a Polícia Militar foi convocada para conter uma rebelião no presídio Milton Dias em Japeri, na Baixada Fluminense. Pelo menos três agentes penitenciários foram feitos refém por homens armados no interior do presídio.

Os agentes foram abordados durante contagem dos presos, por detentos com dois revólveres e uma pistola. Até o fechamento desta edição, não havia um desfecho do motim.


Michel Temer

Reunião. Nesse domingo (18) à noite, o presidente Michel Temer se reuniu com ministros, no Palácio da Alvorada, para tratar de detalhes do decreto de intervenção federal na Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro.

No aguardo. O Exército não será visto nas ruas do Rio até que o decreto da intervenção seja votado na Câmara e no Senado. A aprovação é aguardada para esta terça-feira (20). 

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