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Ronaldo Fraga homenageia latinos

Elogiado desfile do criador mineiro teve produção de moda de Daniel Ueda

Por Natália d´Ornellas Colunista de Moda
Publicado em 21 de junho de 2009 | 22:02
 
 
Elogiado desfile do criador mineiro teve produção de moda de Daniel Ueda CLAYTON DE SOUZA/AGÊNCIA ESTADO

São Paulo. Esqueça as princesas, os castelos e os americanismos do repertório de Walt Disney. A Disneylândia de Ronaldo Fraga tem caveiras, bandeirinhas, caixinhas de Chiclets (as amarelinhas), orelhas de Mickey feitas de cabelo, patchworks, bordados, linhas coloridas, xadrezes e até um pouco de renda. Segundo o estilista, que mais uma vez foi aplaudido de pé com muito entusiasmo, trata-se de um flerte com o México - principalmente com a famosa Festa dos Mortos -, a arte têxtil colombiana, a arte gráfica argentina e os confetes do Carnaval de Olinda.

A todo esse repertório, Ronaldo deu o shape das roupas de Frida Khalo (a rainha dos vestidos longos e amplos), coloriu de amarelo manga, rosa seco, rosa vivo, vermelho, branco sujo, verde folha e preto e desatou a fazer vestidos, saias, calças amplas, batas, kaftans. Os tecidos mais usados foram seda, linho e algodão. Destaque para o sapato marmita assinado por Melinne Mondijan, as bolsas grandes de Rogério Lima e para os chapéus masculinos que também lembravam marmitas. Outro detalhe importante foi a beleza, mais uma vez construída por Marcos Costa.

Ele criou um penteado em que as duas orelhas do Mickey eram feitas com tufos de cabelo. Já a pintura do rosto concentrada na testa remetia à Frida. No fim da cena, bandeiras dos países vizinhos enrolavam os corpos de modelos e dividiam a cena com estampas de personagens da Disney. É importante lembrar que esse foi o primeiro desfile de Ronaldo, em anos, em que se viu o trabalho de um stylist (produção de moda). A função foi desempenhada por Daniel Ueda, o rei das sobreposições, e saiu super a contento. Nada como um olhar externo para refrescar o trabalho de um criador ensimesmado (no melhor sentido) como Ronaldo.