Relatório

Tráfico humano cresce 800% em apenas 1 ano 

O número real de vítimas em Minas é bem maior, segundo dados da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds)

Por Da Redação
Publicado em 31 de julho de 2015 | 03:00
 
 
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, apresenta os números ANTONIO CRUZ / AGÊNCIA BRASIL

BRASÍLIA. O Ministério das Relações Exteriores identificou 62 casos de tráfico internacional de brasileiros em 2013. O número é cerca de oito vezes maior do que os oito registrados em 2012.

Desse total de 2013, 41 teriam sido vítimas de exploração sexual e 21 de trabalho escravo. A Suíça é o país onde ocorreu a maior parte dos crimes: 23 casos. Em seguida, vêm Portugal, com 14 ocorrências, e China, 7.

As informações são do Relatório Anual sobre o Tráfico de Pessoas, divulgado pelo Ministério da Justiça. “Todos os crimes nos trazem mal estar, desconforto, mas há uns que me trazem profunda ojeriza, e o tráfico de pessoas é um deles. Traz dor e constrangimento por ainda existir”, afirmou o ministro José Eduardo Cardozo.

As ocorrências recebidas pelo governo federal crescem significativamente. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República recebeu 218 denúncias do gênero em 2013, contra 105 de 2012 e 26 de 2011. A maior parte delas foi identificada em São Paulo (37), Minas Gerais (26) e Rio de Janeiro (22). Os relatos são feitos por meio do Disque 100.

O número real de vítimas em Minas é bem maior, segundo dados da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). Entre os atingidos pelo tráfico de pessoas no Estado, 33 são crianças ou adolescentes; 125, imigrantes (112 haitianos e 12 bolivianos); 33, pessoas de Minas Gerais, e o restante, de outros Estados. As modalidades recorrentes de tráfico são exploração laboral e trabalho infantil, adoção e exploração sexual.

A gerente do Programa de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas da Seds, Rafaela da Costa, explica que uma dos maiores dificuldades para enfrentar o tráfico é a demora na percepção da prática e na tomada de providências contra ela.