Tecnologia

Vacina da UFMG pode acabar com o império do spam na Internet

Técnica inovadora detecta como essas mensagens se propagam na rede

Sex, 17/04/09 - 20h21
Técnica inovadora detecta como essas mensagens se propagam na rede | Foto: Bruno Figueiredo

Você está cansado de receber e-mails oferecendo espionagem, software, pornografia, sem ter pedido isso a ninguém? Você já caiu em golpes embutidos em falsos cartões, supostas mensagens de bancos ou da Receita Federal? Pois os dias desses golpistas podem estar contados. Os pesquisadores do laboratório e-Speed, do Departamento de Ciência da Computação (DCC) da UFMG, estão próximos de criar uma vacina antispam.

Eles trabalham com uma técnica inovadora que permite detectar os princípios ativos de um spam, essas mensagens indesejadas, e como eles evoluem. O soft-ware, denominado Spam Miner, desenvolvido em parceria com o Comitê Gestor da Internet, começou a ser usado no início do ano e funciona como um alerta de sistema para spams.

Segundo o professor Wagner Meira Júnior, coordenador do projeto, a diferença entre o Spam Miner e outros programas antispam é que, além de detectar mensagens indesejáveis e ilícitas, o sistema consegue identificar como o spam é gerado e qual é o disfarce utilizado por ele para sua disseminação na rede.

O conhecimento das campanhas de spam, conjunto de mensagens disparado por um mesmo emissor com características e propósitos similares, será feito em tempo real e, mesmo que os autores adotem novas estratégias para a invasão de computadores, eles serão identificados.
Atualmente o Spam Miner consegue detectar quando o spam aparece, mas ainda não tem uma ferramenta para removê-lo. O programa, que poderá ser utilizado por grandes empresas e provedores e já está em funcionamento no Comitê Gestor, vai poder alertar os usuários, com mais precisão, sobre campanhas fraudulentas de spams.

ESTRATÉGIAS. São muitas as estratégias para atacar um usuário de computador vulnerável. Entre as mais comuns estão spams que roubam a lista de endereços de e-mail e a usa para enviar o spam em nome de uma pessoa conhecida do usuário.

Também é comum abordar um assunto de bastante repercussão, com fotos - já usaram até supostas fotos de corpos dos Mamonas Assassinas e de vítimas de acidentes aéreos. Quando o e-mail é aberto, se instala no computador e faz dele um botnet, rede de distribuição de spams.

Os pesquisadores usam máquinas, chamadas de honeypots, que "fingem" ser computadores vulneráveis. Os criadores de spams acreditam que encontraram um computador para reproduzir as mensagens e acabam revelando suas estratégias de disseminação.

Flash

Pesquisa.
Para desenvolver o Spam Miner, os pesquisadores analisaram uma massa de 500 milhões de mensagens capturadas ao longo de 15 meses

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Conjunto.
Conjunto. Além de Wagner, estão no Spam Miner: Douglas Valente Pires, Marco Túlio Ribeiro, Dorgival Guedes e Pedro Calais Guerra

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