Mercado

Venda de maconha medicinal muda o setor farmacêutico no Brasil

A Cannabis medicinal pode ser usada no tratamento de epilepsia, dores crônicas, autismo, câncer, mal de parkinson, entre outras

Ter, 03/12/19 - 15h39
Exterior. Remédio já é aprovado em outros 28 países, incluindo EUA e Canadá, sendo conhecido pelo nome de Sativex | Foto: GW Pharmaceuticals/divulgação

Para alavancar o mercado de importação de medicamentos à base de Cannabis é necessário parceira com médicos e conscientização dos pacientes, disse Marcelo Galvão, presidente da importadora Onixcann/Cantera.

Para o executivo, a regulamentação da Cannabis medicinal tem potencial para a mudança na indústria farmacêutica.

A Cannabis medicinal pode ser usada no tratamento de epilepsia, dores crônicas, autismo, câncer, mal de parkinson, entre outras. "É um recorte grande de doenças que podem ser tratadas com Cannabis, ou seja, tem um potencial para alavancar vendas", afirmou Marcelo Galvão, no evento Cannabusiness Summit, realizado na Casa Natura Musical na quarta-feira (27).

Nesta terça (3) a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou novas regras para registro de produtos à base de Cannabis para uso medicinal no país. A medida permite que empresas obtenham o aval para fabricação de produtos em território nacional e para a venda em farmácias.

Desde 2015, a Anvisa autorizou 7.780 pacientes a importar medicamentos de Cannabis.

Neste ano, foram feitas duas consultas pela Anvisa sobre a regulamentação e o plantio da Cannabis para fins medicinais. Dos 1.154 que participaram da consulta, 67,8% disseram que as propostas da Anvisa para regulamentação da planta tem impactos positivos. Outros 13,4% afirmaram que as propostas possuem impactos positivos e negativos e 2,3% que possuem impactos negativos. 16,5% dos participantes não responderam a essa pergunta.

Atualmente, o cadastro para solicitar a importação de medicamentos com canabidiol é feito pelo site do governo federal. Os processos envolvem anexar o laudo explicando a necessidade assinado pelo médico e a prescrição do medicamento junto a um termo de responsabilidade. Este processo, segundo a Anvisa, pode demorar até 60 dias.

Desde agosto, o cadastro passou a ser feito pelo governo federal. "Ainda não é possível avaliar se a mudança foi boa ou ruim. Mas quando o registro era feito no site da Anvisa, a análise ficava pronta em dez dias", diz Matheus Patelli, gerente de operações e marketing da HempMeds Brasil, empresa que importa medicamentos à base de canabidiol. 

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.