Folia

PPK leva um 'mar azul' de amor e homenagens ao Barreiro durante o Carnaval

O grupo montou uma mandala de areia e flores para resgatar o espírito de ancestralidade da Índia

Dom, 03/03/19 - 15h45
Bloco PPK desfilou na manhã deste sábado (3), no Barreiro | Foto: Cristiane Mattos/O Tempo

Por mais de quatro horas, o bloco Pena de Pavão de Krishna (PPK) agitou e emocionou os foliões na região do Barreiro, em Belo Horizonte, neste domingo (2). Centenas de "pessoas azuis" - marca registrada do grupo - cantaram, dança e prestaram homenagem durante o cortejo. 

A concentração ocorreu na praça do Cristo, no bairro Milionários. Lá, entre os mais animados estavam o administrador André Guimarães Santos, de 32 anos, e a noiva, Sara Ananda Gomes, de 31, quem têm boas histórias no bloco. 

"Nós tivemos um 'rolo' há muito tempo. Em 2015 nós reencontramos no Pena de Pavão, mas não ficamos. No ano seguinte a pedi em namoro. Em 2017, nós ficamos noivos e hoje estamos fazendo nosso pré-wedding aqui. Vamos casar em julho deste ano. O bloco deu sorte", explicou.

No decorrer do trajeto, várias homenagens foram prestadas: às vítimas do rompimento da barragem em Brumadinho, ao mestre de capoeira Moa, assassinado na Bahia, e ao cantor e compositor mineiro Vander Lee, que completaria 53 anos hoje.

"O Pena de Pavão de Krishna surgiu em 2013 com uma proposta de espiritualidade livre, mas ao longo dos anos o bloco vai tomando outras formas e começa a abraçar as causas ambientais e outras causas como foi a morte do mestre Moa", contou Raphael Sales, um dos organizadores do PPK.

Atividades 

Em parceria com o bloco Pena de Pavão de Krishna, o projeto No Caminho do Bem realizou, ainda na concentração, atividades com o público.

"O projeto visa unir todas as coisas que são positivas para mente, corpo e espírito. Hoje a gente está aqui porque acredita que o cortejo de Carnaval pode ser algo positivo, algo que traz união, amor e coletividade entre as pessoas", explicou uma das organizadoras, Isabela Amorim, de 26 anos.

O grupo montou uma mandala de areia e flores, resgatando um pouco da ascestralidade da Índia, segundo o organização. "Também estamos com alguns processos de reconexão e autoconhecimento. Neles, a gente entende a nossa essência. Às vezes a gente se perde muito, quando vive na cidade, trabalha oito horas por dia e só para um pouquinho para descansar. Se a gente não fica calado um pouco, não nos conhecemos. Estamos aqui para somar com o bloco e fazer história", finalizou.

Comidas naturais

Pastel, hambúrguer, sucos e bombom. Tudo natural. Quem acompanhou o bloco Pena de Pavão de Krishna conseguiu comprar lanches naturais em uma barraca que foi montada na praça do Cristo.

"Nós sempre acompanhamos o bloco Pena de Pavão. O público que vem tem a preocupação com a alimentação e nós comungamos desses valores", explicou um dos vendedores, Thiago Lopes de Melo, 37 anos.

No cardápio estavam disponíveis hambúrgueres veganos,  pastéis integrais com recheio de queijo canastra, orégano e tomate seco, bombons de grão e mel e sucos de açaí e guaraná. Os preços variavam de R$ 10 a R$ 5, além de promoções dos combos. 

"Comi o pastel e está uma delícia. Precisamos cuidar da nossa alimentação, isso também interfere na nossa espiritualidade", disse a universitária Amanda Oliveira, de 25 anos.

A dispersão do bloco ocorreu na praça José Verano da Silva, antiga praça da Febem, no Barreiro de Cima, onde, junto aos integrantes do Instituto Macunaíma, os participantes do PPK desejam que seja construído um parque ecológico. O cortejo foi acompanhado pela Polícia Militar e não foram registradas ocorrências durante o trajeto, de acordo com a corporação.

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