Assim que a noite caiu e os últimos blocos se dispersaram pelas ruas de Belo Horizonte, a conclusão sobre o domingo de Carnaval foi unânime: o dia foi cheio, o sol não se escondeu e a chuva praticamente não deu as caras.
Da aparição animada da cantora Gretchen no trio elétrico do bloco Beiço do Wando às incontáveis homenagens às vítimas do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, a certeza é que o Carnaval da capital mineira tem mantido seu tom politizado. Questionamentos a censura, discursos contra o assédio e falas que pregam o amor ao próximo, o respeito e à diversidade.
Apesar da alegria trazida pelo desfile dos blocos de Carnaval, o dia terminou ruim para os foliões que estavam na Savassi por volta das 20h. Um desentendimento entre um rapaz e um grupo de homens terminou com três pessoas baleadas na região (leia aqui).
Confira um resumão preparado por O TEMPO para você ficar por dentro de tudo que rolou ao longo do dia:
Discursos engajados
"Não é não" continua sendo o grito de guerra dos blocos de Carnaval de Belo Horizonte. Frases de ordem contra a homofobia e a favor da diversidade conquistaram espaço no desfile do bloco Alô, Abacaxi (leia aqui).
O Pena de Pavão de Krishna prestou homenagens ao mestre de Capoeira Moa do Katendê, assassinado aos 63 anos, com 12 facadas, no dia 8 de outubro, na Bahia, após uma discussão política (leia aqui). O grupo também aproveitou o desfile para homenagear as vítimas do rompimento da barragem da Vale, em 25 de janeiro.
Minutos de silêncio em respeito às vítimas também estiverão presentes no desfile do Chama o Sindico e do Alô, Abacaxi. Os dois blocos, inclusive, pediram por liberdade de expressão e se solidarizam com o bloco Tchanzinho Zona Norte, vítima de censura durante seu cortejo, na sexta-feira (1°) (leia aqui).
Os foliões do Tico Tico Serra Copo também não deixaram barato e as fantasias caricatas com mensagens políticas deram o tom do desfile.
Desde o sábado de Carnaval (2), as equipes de reportagem do jornal O TEMPO, espalhadas pelos blocos de Carnaval, tem sido informada por foliões da quantidade de pessoas que estão fazendo xixi nas ruas de Belo Horizonte. A ausência de banheiros também foi uma queixa recorrente entre aqueles que pulavam Carnaval.
A questão do xixi foi tão complicada que belo-horizontinos foram ao Twitter denunciar que alguns foliões fizeram xixi na escada rolante do Shopping Cidade, localizado na região Central da capital (leia aqui).
Conga, La Conga
Gretchen, sim senhor. A musa pop da atualidade e dona de seu próprio reality show marcou presença no Carnaval de Belo Horizonte. A cantora animou os seguidores do bloco Beiço do Wando com seu famoso rebolado e ainda se valeu de um hit da atualidade: cantou "O nome dela é Jenifer" a plenos pulmões (leia aqui).
Uma atração à parte do bloco foi a filha de 12 anos do cantor. Maria Sabrina foi convidada para subir ao trio elétrico e caracterizada com o famoso beiço do pai, se emocionou com o carinho dos fãs que cantavam os clássicos bregas com a bateria (leia aqui).
Dança contemporânea na avenida
Quem fechou o dia com chave de ouro foi o bloco Unidos do Samba Queixinho. Em comemoração aos seus 10 anos de desfiles pelas ruas belo-horizontinas, os organizadores decidiram homenagear o Grupo Corpo durante o cortejo pelo bairro Bandeirantes, onde fica a sede da companhia de dança. O famoso coreógrafo Rodrigo Pederneiras esteve presente na festa (leia aqui).
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