Alerta

A cada nove minutos, uma casa é invadida para furto ou roubo em Minas Gerais

Especialistas em segurança afirmam que criminosos, em geral, mantêm vigilância antes de cometer esse tipo de crime

Por Juliana Siqueira
Publicado em 20 de abril de 2023 | 03:00
 
 
Homens se passaram por entregadores, invadiram casa e assaltaram mulheres em BH nessa quarta-feira (19) Foto: Reprodução Vídeo

A cada nove minutos, uma casa é invadida em Minas Gerais, seja para roubo, seja para furto. De acordo com dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), foram registrados 13.730 roubos a residências no Estado neste ano, além de 424 furtos (total de 14.454). Nessa segunda-feira (17), por exemplo, uma mulher foi surpreendida por um homem que se passou por entregador de um site de comércio eletrônico para invadir a residência dela no bairro Havaí, na região Oeste de Belo Horizonte. 

Especialistas em segurança destacam que esse tipo de crime é muito comum por pelo menos duas razões. A primeira delas é que as casas, geralmente, guardam vários objetos de valor, como televisores e computadores. Já a segunda razão tem a ver com o fator “oportunidade”: como muitas residências ficam vazias por boa parte do dia, isso acaba atraindo os criminosos.

O especialista em segurança Luís Flávio Sapori destaca que os furtos e roubos a casas são um crime de “especialização”. Isso quer dizer que envolve “técnicas e habilidades” desenvolvidas pelos bandidos. 

Conforme Sapori afirma, essas pessoas podem agir sozinhas, em duplas ou trios, por exemplo. Os perfis são variados, mas há certos padrões de comportamento: a vigilância — ou seja, os criminosos costumam observar os horários mais vulneráveis — e a “destreza” para driblar obstáculos.

“Muitas vezes, os criminosos aproveitam um descuido de um morador, que deixa um portão aberto, por exemplo. Esses indivíduos identificam residências que apresentam maior vulnerabilidade. É fácil compreender por que esse tipo de crime é comum: residências, principalmente em bairros de classe média e alta, costumam guardar objetos de valor, como dinheiro, computador, joias e veículos”, diz Sapori.

Justamente por ser um crime que, em geral, é cometido após a vigilância feita pelo criminoso, os horários mais comuns de eles acontecerem são durante o dia, conforme o especialista em segurança Arnaldo Conde. De acordo com ele, esse tipo de bandido prefere agir em horário comercial, quando, em geral, as residências estão vazias. Férias e feriados também são um período propício.

“A imensa maioria das pessoas que pratica esse tipo de crime aproveita o momento em que as famílias estão nas ruas. Os confrontos são menos comuns nessa situação”, afirma ele.

Como se proteger

A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) criou uma lista com alguns dos principais cuidados para garantir a segurança nas residências. Um deles é não manter a luz acesa durante o dia, já que isso é um indicativo de que não há pessoas em casa. Não deixar o cadeado do lado de fora do portão, e não manter janelas sem grade abertas são outros pontos que merecem atenção. 

Além disso, o especialista em segurança Arnaldo Conde afirma que uma casa bem iluminada e organizada também inibe a ação de criminosos. “Outro passo importante é conversar com os vizinhos, avisá-los quando for sair de casa. A ocupação dos espaços também é importante”, explica.

O especialista em segurança Luís Flávio Sapori afirma ainda que deve-se equipar as residências com câmeras, alarmes e sensores para maior proteção do imóvel.