Encontro dos movimentos sociais

Após 24 horas de catracas liberadas em pedágio, MST agora acampa em BH

Objetivo do grupo é pressionar a Cemig para que ligue a energia elétrica em acampamentos do movimento; cerca de 500 pessoas devem ficar na praça da Assembleia e 2.000 são esperadas para marcha pela cidade no dia 2

Ter, 29/04/14 - 13h12
Os manifestantes deixaram o pedágio na manhã desta terça-feira (29) | Foto: MST/DIVULGAÇÃO

Após deixarem as cancelas liberadas por 24 horas no pedágio da rodovia Fernão Dias, a BR-381, em Santo Antônio do Amparo, na região Sul de Minas Gerais, na manhã desta terça-feira (29) o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) encerrou a manifestação que teve início na manhã de segunda-feira (28). 

O protesto, que não fechou a rodovia nem deixou reflexos no trânsito, visava chamar a atenção para várias causas da Jornada de Lutas do movimento. Entre os objetivos está a denúncia da paralisação da Reforma Agrária no país, a exigência da regularização dos cadastros das famílias assentadas junto ao Incra, além da instalação de energia elétrica em assentamentos espalhados pelo país que há mais de 17 anos estão sem luz.

Após conseguirem o diálogo, o grupo decidiu se deslocar para Belo Horizonte, onde cobrará do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) os compromissos assumidos, que foi o que levou ao encerramento da manifestação.

Além disso, manifestantes do MST também se preparam para o 5˚ Encontro dos Movimentos Sociais de MG, que acontecerá entre os dias 1 a 3 de maio na Praça da Assembleia Legislativa, no bairro Santo Agostinho, região Centro-Sul da capital. 

O encontro contará com diversas organizações da classe trabalhadora para o debate sobre dois plebiscitos populares: pela Redução da Conta de Luz, realizado em Minas em 2013, e o Plebiscito por uma Constituinte do Sistema Político, que está programado para setembro deste ano, em todo o Brasil. Segundo o MST, os organizadores do evento esperam receber cerca de 2.000 pessoas.

Segundo Enio Bohnenberger, membro da coordenação estadual do MST, cerca de 200 integrantes do movimento já estão reunidos na praça da Assembleia. "O encontro começa no dia do Trabalhador, mas o MST já está aqui para cobrar estes outros pontos. O pessoal que estava no pedágio e de Pirapora estão vindo para cá, e somaremos cerca de 500 pessoas", afirma.

Essas 500 pessoas vão ficar acampadas na praça da Assembleia até o início do encontro, no dia 1º de Maio.

Com o encontro reunindo diversas organizações da classe trabalhadora, as manifestações pela reforma agrária devem se intensificar durante o feriado. "No dia 2, o objetivo é fazer um grande protesto pelas ruas de BH juntamente com os demais movimentos sociais", avisa Bohnenberger.

Incra

Após os protestos desde segunda-feira (28), o Incra divulgou uma nota para responder sobre o caso, informando que comunica com regularidade, por meio de ofícios, as demandas por instalação de eletrificação rural à Cemig, empresa que seria a responsável pela ligação da energia elétrica nos assentamentos.

Já com relação à fazenda Ariadnópolis, em Campo do Meio, no Sul do Estado, o  Incra informa que criou em março de 2014 o assentamento Nova Conquista II, que ocupa uma área de 300 hectares da área reivindicada.

A nota ainda afirma que o restante da área de 3.300 hectares não pôde ser desapropriada, uma vez que existe uma proibição legal de fazê-lo em áreas ocupadas. Ao mesmo tempo, o órgão teria sido questionado pela Justiça se tem interesse em 1.200 hectares que estão sendo executados em processo judicial.

Nesta semana técnicos do instituto realizam uma avaliação desta área, para poder responder ao questionamento judicial. O superintendente do Incra/MG, Danilo Araújo, receberá uma comissão de três membros do MST nesta terça-feira, às 17h, na superintendência do órgão.

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