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Depois de superlotação por vários dias desde a semana passada, a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Barreiro teve movimento tranquilo nesta quinta-feira (30). Muitas pessoas tiveram de esperar por algumas horas para serem atendidas, mas sem que houvesse o mesmo caos do final da semana passada ou do início desta semana.
Mesmo assim, havia caso de quem não estivesse satisfeito com o atendimento. Caso da Nicole Dutra, 25, que foi à UPA com a filha de 5 anos para tratar dos sintomas que as duas tiveram após a gripe.
A criança foi atendida uma hora após a triagem e diagnosticada com sinusite. Mas a família não pôde voltar para casa, porque tinha de esperar pela consulta específica para a Nicole. Três horas e meia após a chegada à unidade, ela ainda não havia sido chamada e estava desesperada por não saber mais o que fazer para manter a filha quieta.
“Perguntei ao rapaz se eu poderia ir até em casa para deixar a minha filha lá e voltar para o atendimento, mas ele disse que tinha gente desde 8h da manhã e não tinha o que fazer”, relatou Nicole, que chegou ao meio-dia.
Para desafogar as UPAs, a Prefeitura de Belo Horizonte recomenda à população que procure atendimento nos centros de saúde mais próximos de casa. Mas muita gente procura pela UPA por acreditar na eficiência do serviço ali prestado.
É o caso da Luciana Teixeira, 45, que acompanhava o filho Jordan, 19. O rapaz procurou atendimento no Centro de Saúde do bairro Inconfidência na quarta-feira (29) e foi receitado com ibuprofeno, sem direito a atestado médico para repousar. À noite, os sintomas pioraram, e o atendente de telemarketing passou a ter febre, vômito e diarreia.
“Nós voltamos ao centro de saúde e me disseram que teria de esperar até 13h para que o médico que atendeu ontem fizesse uma reavaliação. Mas como vou confiar nesse médico que só receitou ibuprofeno? Preferi vir para a UPA, onde nunca ficamos desamparados. A demora é grande, mas tá valendo mais a pena”, relatou.
A Secretaria Municipal de Saúde, informou que a UPA Barreiro funciona normalmente nesta quinta, “em plena condição material e de pessoal, com equipamentos, quadro de funcionários completo, sendo cinco clínicos, três pediatras, um ortopedista e um cirurgião. Durante todo o dia o movimento na unidade foi tranquilo, com pouca espera por atendimento”.
Durante coletiva nesta quarta-feira, o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado, afirmou que a UPA Barreiro sofre uma maior demanda em relação às outras unidades de urgência porque a região deixou de contar com o pronto-atendimento do hospital Julia Kubitschek durante a pandemia. Além disso, a unidade recebe muitos pacientes de cidades vizinhas, como Contagem e Ibirité.
Vale lembrar que a regional do Barreiro é a maior de Belo Horizonte em número de bairros (são 72) e em extensão territorial. É também a quarta regional mais populosa da cidade. Há vários hospitais na região, como Eduardo de Menezes e Dr Célio de Castro, mas eles não contam com pronto-atendimento.
Procurada pela reportagem, a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) afirmou está avaliando todos os cenários possíveis para disponibilização dos serviços de Pronto-Atendimento no Hospital Júlia Kubitschek.
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