Florista do Santê

Após mobilização, vereadores querem liberar venda de flores em praças

Projeto de Lei já foi protocolado pelo vereador Joel Moreira Filho (PMDB), mas ainda receberá sugestões de comerciantes empresários do ramo

Qua, 25/11/15 - 20h13

Menos de um mês após a mobilização dos moradores do bairro Santa Tereza em prol do florista Carlos Geraldo Ferreira, de 54 anos, que atuava na região há mais de 20 anos e teve seus produtos apreendidos pela fiscalização do município mais de uma vez esse ano, a Câmara de Belo Horizonte recebeu nesta quarta-feira (25) feirantes e produtores de flores para audiência pública que discutiu a possibilidade de regularização da venda desses produtos em praças da capital. 

Conforme denunciado pela reportagem de O TEMPO no último dia 28 de outubro, o florista do Santê já havia tentado se licenciar na Regional Leste da Prefeitura de BH diversas vezes, sendo sempre informado que o Código de Posturas da cidade não permitia o comércio de flores em veículos de tração humana. Carlos contou que, no Dia dos Namorados, teve R$ 1.000 em produtos apreendidos, deixando de lucrar pelo menos R$ 2.000 e ainda pagou uma multa de R$ 600.

“Mas você chega na praça Sete e tem gente vendendo de tudo, vários carrinhos de pipoca. Mas eu não posso me licenciar”, reclama. “Eu estou fazendo isso há tanto tempo que já conheço o bairro todo. Os moradores sempre param, papeiam comigo. Criei os meus cinco filhos com as flores e, agora, começam a me tomar tudo”, completou o florista.

A audiência pública desta quarta-feira foi promovida pela Comissão de Legislação e Justiça, requerida pelo vereador Joel Moreira Filho (PMDB). Durante o encontro, o parlamentar lembrou que protocolou projeto de lei (ainda sem número) prevendo autorização para a realização desse tipo de comércio nas praças da cidade e convidou os empreendedores a apresentarem sugestões para qualificar o PL e adequá-lo às demandas concretas de vendedores e consumidores da cidade. 

No encontro, comerciantes da Feira de Flores da Avenida Carandaí apontaram que a autorização para a venda de seus produtos nas praças pode contribuir para melhorar a renda. Muitos deles, como os empreededores Renato Tsutsumi e Dinda Hataba, alegam que a atividade teria ficado menos lucrativa depois que a prefeitura realizou licitação de vagas nas feiras por meio de concorrência baseada na oferta do maior preço.

Conforme o autor do projeto, "a permissão da venda de flores naturais pode trazer mais vida para as praças, além de criar oportunidades renovadas de geração de trabalho e renda para floristas de BH".  Também presente na reunião, o vereador Lúcio Bocão (PP) manifestou seu apoio ao projeto protocolado. De acordo com o ele, a iniciativa é importante porque fortalece o empreendedorismo, o que contribui para o desenvolvimento das cidades modernas.

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