PROTESTO

Artistas se manifestam contra o fechamento do Teatro Klauss Vianna

Teatro será fechado para dar lugar ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais e havia sido inaugurado em 1985 para compensar a demolição do antigo Cine Metrópole

Sex, 17/04/15 - 16h08

Vestidos de preto e deitados no chão, ao chamado da batida de cabos de vassoura e palmas, artistas da dança e do teatro se manifestaram hoje à frente do Teatro Klauss Vianna, estarrecidos pelo anuncio que recebem por meio da imprensa na última terça-feira (14): o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, órgão que ocupará o prédio da avenida Afonso Pena, 4001, irá fechar as cortinas do teatro no dia 30 de junho, em definitivo.

A manifestação foi convocada pela Associação Dança Minas e pelo Fórum Permanente da Dança, mas recebeu apoio de artistas de outras áreas. Mais de 60 manifestantes estiveram presentes, entre eles, representantes do Grupo Corpo, Primeiro Ato, Coletivo Movasse, Companhia de Dança Palácio das Artes. Do teatro, Eduardo Moreira, do Grupo Galpão, os diretores João das Neves, Geraldo Otaviano e o atores do Grupo Oficina Multimédia que chegaram vestidos de lobos com o cartaz: “O homem é o lobo do homem”.

Suely Machado, emocionada, diz ser este um verdadeiro descaso e falta de vontade política. “Um teatro vai ser fechado. Um equipamento vai perder o seu caráter cultural. Um espaço onde diversos grupos se apresentaram e se firmaram, formaram sua carreiras se apresentando nesta casa vai virar plenário. Não vejo porque fechar o teatro, as atividades dele não vão atrapalhar as atividades do tribunal. É falta de vontade política”, comenta. Suely.

“Estávamos em negociações com a Secretaria de Estado da Cultura, com o próprio Tribunal de Justiça, com a Assembleia Legislativa. E de repente, recebemos um comunicado via imprensa que toma uma decisão sem nos incluir na consulta, sem saber quais são nossas necessidades com esse teatro”, comenta Raquel Pires, membro da ADM, do FPC e professora de dança da UFMG.

Em 2012, o Governo de Minas declarou o prédio onde estava instalada a operadora OI como utilidade pública, o que forçou a empresa a dar lugar ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Ao TJMG, cabe a decisão pelo que fazer com as instalações do prédio, incluindo o Teatro Klauss Vianna.

Em partes, a revolta da classe artística se dá porque o Klauss Vianna, inicialmente chamado de Teatro Telemig, foi inaugurado em 1985, a partir de um acordo entre o governo e o Banco Bradesco que demoliu o antigo Cine Metrópole. Por decisão do TJ, o teatro será reformado para se transformar um plenário para reuniões e audiências.

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