Passional

Assassino de cabeleireira é condenado a 15 anos de prisão

Júri decidiu pelo crime qualificado, mas o tempo da pena gerou espanto

Sex, 19/08/11 - 22h30
Júri decidiu pelo crime qualificado, mas o tempo da pena gerou espanto | Foto: FOTOS CRISTIANO TRAD

No dia 20 de janeiro do ano passado, o borracheiro Fábio Willian da Silva, 31, entrou no salão da ex-mulher Maria Islaine de Moraes, 30, em Venda Nova, na capital, e descarregou a arma na cabeleireira. Foram nove tiros à queima-roupa e nenhuma chance de defesa. O crime, registrado pelas câmeras de segurança instaladas pela própria Islaine, que temia o ex-companheiro, provavelmente será uma vaga lembrança para a maioria das pessoas daqui a cinco anos quando o borracheiro estará vivendo livremente.


Esse é o tempo máximo estimado para que Fábio Willian passe a contar com o benefício da liberdade condicional. Ontem, depois de oito horas de julgamento, ele recebeu a sentença de 15 anos pelo assassinato da cabeleireira. Como já cumpriu 1 ano e 7 meses da pena e a progressão de regime prevê a liberdade após o cumprimento de dois quintos da condenação, a previsão é que em 2016, após seis anos de detenção, ele possa deixar a cadeia.


O júri, formado por quatro mulheres e três homens, anunciou após 20 minutos de uma reunião reservada no fim da audiência que Fábio Willian é culpado pelo assassinato. Os jurados consideraram a qualificação sugerida pelo Ministério Público de crime por motivo fútil e sem possibilidade de defesa da vítima. A leitura da sentença do juiz Christian Gomes Lima, no entanto, causou espanto na plateia. Os irmãos de Islaine, vestidos com camisetas estampando a imagem da cabeleireira, e os assistentes da acusação, reagiram com indignação. "Esperávamos uma pena mínima de 20 anos, após a decisão do júri ter sido favorável. O juiz foi benevolente", afirmou o advogado José Arteiro. Tanto Ministério Público quanto defesa anunciaram que irão recorrer da decisão.


Ércio Quaresma, que representou o borracheiro, quer uma pena ainda menor. "Com o recurso, ele cumpre até menos dos cinco anos", garantiu. A todo momento, ele quis provar que Maria Islaine teria humilhado o borracheiro e não se protegeu das ameaças do ex-marido.


Os irmãos da vítima deixaram o julgamento revoltados. "Esse homem é um assassino duas vezes. Matou minha irmã e sete meses depois meu pai morreu de desgosto", disse Rosimar Moraes.

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