Apresentados

Autores de seis assaltos aos ônibus da Conexão Aeroporto são presos

Linha que leva até o aeroporto internacional Tancredo Neves foi alvo de 11 crimes nos últimos seis meses

Por JOSÉ VÍTOR CAMILO
Publicado em 05 de maio de 2014 | 17:00
 
 
A dupla, que nega os crimes e diz não se conhecer, foi apresentada na tarde desta segunda-feira (5) LEO FONTES / O TEMPO

Desde novembro de 2013 a linha de ônibus Conexão Aeroporto, que leva até o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, foi assaltada 11 vezes. Na última sexta-feira (2), dois jovens que seriam responsáveis por pelo menos seis destes crimes foram detidos pela Polícia Civil (PC), sendo que a dupla foi apresentada na tarde desta segunda-feira (5). 

Conforme as informações da delegada Nicole Perim, da 2ª Delegacia de Vespasiano, também na região metropolitana, as investigações tiveram início no fim do ano passado, após o registro de vários assaltos semelhantes. "Chegamos até os suspeitos após a quebra do sigilo telefônico das vítimas, sendo possível rastreá-los", explicou a delegada. 

Após chegarem até um morador do bairro Gávea, que estava utilizando um telefone de uma das vítimas no assalto ocorrido no dia 27 de fevereiro, um dos suspeitos foi apontado como quem vendeu o aparelho. Através das câmeras de segurança do coletivo, foi possível constatar a participação do suspeito que vendeu o aparelho em pelo menos quatro assaltos, uma vez que em fotos do Facebook ele usava as mesmas roupas do dia dos crimes. 

Após a identificação dele e de outros dois comparsas, a PC deflagrou na sexta-feira a Operação Conexão II, que culminou na prisão de Rafael Batista Santos e  Lucas Viana de Souza, ambos de 19 anos. Um terceiro envolvido, que seria quem planejava os assaltos, conseguiu fugir antes da chegada dos policiais. Ele foi identificado como Deividson Welberton Moreira Rodrigues, de 27. "Planejou pelo menos seis dos crimes, mas ainda tentamos confirmar que até oito deles foram planejados por ele", disse a delegada.

Uma tatuagem com o nome “Evelyn” no braço de Souza ajudou a confirmar sua atuação nos assaltos. Na rede social, ele chegou a postar fotos onde ostenta cédulas de R$ 50 na cintura, vangloriando-se de obter o dinheiro de forma ilícita. "Os produtos eram vendidos para moradores das regiões em que moram. O Lucas é morador do bairro Jardim Daliana, e o Rafael do Gávea II, ambos em Vespasiano", explicou a policial. 

Na casa dos dois suspeitos foram recuperados vários objetos fruto dos assaltos. Foram apreendidos R$ 747 em dinheiro, nove relógios, uma motocicleta, um simulacro de arma de fogo, um revólver calibre 32, treze celulares, bonés e pen drives. Todos os envolvidos tem várias passagens pela polícia, entre elas por depredação do patrimônio público, roubo e até tráfico. "Quando era menor, o Lucas inclusive tentou matar o próprio pai", lembra Nicole.

A empresa da linha de ônibus, Unir da Saritur, enviou representantes para a apresentação. Porém, eles não conversaram com a imprensa.

Como era a ação

Ainda de acordo com a delegada Nicole Perim, os assaltantes agiam principalmente no fim da tarde. "Eles entravam no coletivo na altura do Hospital Risoleta Neves, às margens da Linha Verde. Assim que anunciavam o assalto eles desviavam a rota do ônibus, para não passarem de frente para a companhia da Polícia Militar, e desciam na MG-424, próximo à cidade administrativa, no bairro Jardim da Glória", explicou a policial. A ação durava cerca de 15 minutos.

Os suspeitos escolhiam o fim da tarde por ser um horário com o ônibus mais cheio, sendo que neste período havia sempre muitas pessoas que se preparavam para viajar. "Após cometerem o crime eles fugiam a pé. Mas ainda investigamos se eles contavam com outra pessoas para auxiliar na fuga, pois moravam um pouco longe de onde desciam", disse Perim.

Os dois jovens presos negaram os crimes e alegaram durante a apresentação que não se conheciam. Apesar disso, a PC descobriu várias relações entre os suspeitos. "A moto do Luca foi comprada na mão do pai do Rafael. Também dizem não conhecer o Deividson, mas encontramos uma mensagem de celular avisando para eles fugirem pois nós estávamos atrás", lembrou a policial.