Crise do coronavírus

Auxílio emergencial: agências da Caixa amanhecem com poucas filas em BH

Para evitar aglomerações, saques só serão permitidos a partir de 30 de maio; também recebeu o benefício quem teve a primeira parcela aprovada até o fim de abril sem restrições

Por Lucas Morais
Publicado em 20 de maio de 2020 | 11:49
 
 
Agência da Caixa localizada na praça Sete, no centro de BH, teve pequeno movimento nesta quarta-feira (20) Foto: Fred Magno - 20.5.2020

A saga para o recebimento do auxílio emergencial do governo federal de R$ 600 ou R$ 1.200 – este no caso de mães chefes de família – teve um novo capítulo na manhã desta quarta-feira (20): agências da Caixa com poucas filas e sem dificuldades para atendimentos.

Na região central de Belo Horizonte, nas unidades da praça Sete e da rua dos Tupinambás não havia mais de 15 pessoas na porta aguardando a abertura, marcada para as 8h. Apesar do maior movimento na Caixa da avenida Tiradentes, no bairro Industrial, em Contagem, na região metropolitana, o tempo de atendimento não passava de dez minutos, ao contrário das últimas semanas, quando as filas viravam o quarteirão.

Após mais de dois meses sem conseguir trabalho, a diarista Cláudia Salgueiro só teve a primeira parcela do auxílio aprovada na última semana. Nesta quarta-feira (20), ela aproveitou para sacar o benefício e disse ter ficado impressionada com o número pequeno de pessoas nas filas. “Fui dispensada de todos os trabalhos por conta da pandemia do coronavírus, sem nenhuma previsão de volta. Apesar do meu marido trabalhar, a dificuldade é grande, e o benefício ajuda muito”, explica.

Já José Margarido, que vende sanduíches na praça Sete, conta que viu as vendas caírem mais de 80% desde a imposição das medidas de isolamento social. Apesar de já ter o auxílio aprovado pelo governo, ele foi assaltado no bairro Eldorado, em Contagem, e teve todos os documentos levados. Com os serviços para a emissão da identidade fechados em toda a região, o vendedor não consegue sacar o dinheiro. “Busquei de todas as formas fazer o documento; sem identidade você se torna um indigente. O auxílio seria muito importante, tenho problemas de saúde, minha filha também. Ontem mesmo, trabalhei a noite toda e só consegui vender R$ 50”, afirma.

O jovem Gustavo Luiz, de 18 anos, trabalhava no Ceasa e ficou desempregado por conta da pandemia do coronavírus e da crise provocada na economia. O único recurso para sobreviver com a esposa e o filho, de apenas quatro meses, vem do auxílio emergencial do governo. "Mandaram muita gente embora, já que o movimento lá caiu demais. O benefício tem ajudado no sustento de toda a minha família", enfatiza.

Desempregado há mais de um ano, Bruno Luiz foi até a agência no Industrial para tentar sacar a segunda parcela do benefício, que, conforme a Caixa, só seria possível após o dia 30 de maio. “Faço uns bicos, mas diminuiu muito. Hoje está bem mais tranquilo do que na época que vim sacar a primeira parcela. A fila está rápida”, afirmou. A mesma opinião é compartilhada por José Luiz, que é autônomo. “No mês passado, precisei chegar às 5h pra conseguir ser atendido. E em segundos a fila atravessou todo o quarteirão”, comenta.

Medidas para reduzir aglomeração

Um dos principais motivos para a diminuição da aglomeração das agências da Caixa nesta quarta-feira foi o anúncio de que o pagamento seria feito somente para quem teve a primeira parcela aprovada nas últimas semanas, sem restrição de saques e transferências, e nasceu em fevereiro. Já quem tem direito à segunda parcela, os depósitos acontecem para a população que teve o valor inicial pago até o dia 30 de abril, além dos beneficiários do Bolsa Família com NIS que termina em 3.

Mas, de acordo com o banco, não será possível fazer saques e transferência da segunda parcela até o dia 30 de maio para quem recebeu o valor na conta poupança da Caixa. Com isso, o uso está limitado para pagamento de contas e de boletos e compras por meio do cartão de débito virtual. Em todo o Brasil, 6,9 milhões de pessoas terão os valores depositados hoje.

Veja abaixo a escala para recebimento da primeira parcela:

  • 21 de maio (quinta): nascidos em março
  • 22 de maio (sexta): nascidos em abril
  • 23 de maio (sábado): nascidos em maio, junho ou julho
  • 25 de maio (segunda): nascidos em agosto
  • 26 de maio (terça): nascidos em setembro
  • 27 de maio (quarta): nascidos em outubro
  • 28 de maio (quinta): nascidos em novembro
  • 29 de maio (sexta): nascidos em dezembro

Já para quem vai receber a segunda parcela, o calendário segue até o fim de mês. As datas para depósito na poupança social são as seguintes:

  • 20 de maio: nascidos em janeiro e fevereiro
  • 21 de maio: março e abril
  • 22 de maio: maio e junho
  • 23 de maio: julho e agosto
  • 25 de maio: setembro e outubro
  • 26 de maio: novembro e dezembro

Em relação aos benefícios do bolsa família que terão o segundo pagamento creditado, o cronograma será o seguinte:

20 de maio: NIS terminado em 3
21 de maio: NIS terminado em 4
22 de maio: NIS terminado em 5
25 de maio: NIS terminado em 6
26 de maio: NIS terminado em 7
27 de maio: NIS terminado em 8
28 de maio: NIS terminado em 9
29 de maio: NIS terminado em 0