Alerta

Bactéria causadora da febre maculosa é encontrada na Lagoa da Pampulha

Vigilância realizada em abril também detectou a presença desta bactéria específica na Cidade Administrativa

Por Lara Alves e Laura Maria
Publicado em 26 de junho de 2019 | 13:28
 
 

Análise feita em carrapatos-estrela recolhidos na orla da Lagoa da Pampulha e da Cidade Administrativa detectaram a presença da bactéria causadora da febre maculosa nos parasitas. A informação foi confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, nesta quarta-feira (26). 

Segundo o órgão, a vigilância foi realizada no mês de abril e, diante do resultado, a Secretaria adotou as medidas necessárias à prevenção e entregou recomendações ao Estado, responsável pelos cuidados da Cidade Administrativa. 

A Secretaria de Planejamento de Minas Gerais informou, em nota, que a área da Cidade está sujeita à aparição de carrapatos e capivaras e, por isso, existem placas no gramado alertando para a presença de ambos.

Segundo o órgão, dedetizações nas áreas internas e externas aos prédios são realizadas periodicamente. "Lembramos, ainda, que os serviços de poda, roçagem e capina estão ocorrendo normalmente", comunicou. 

Medidas em BH

A secretaria municipal, por sua vez, destacou que medidas como a castração de capivaras, o banho periódico de carrapaticida nesses animais e a capina sistemática são algumas das medidas adotadas para a prevenção da infestação da doença. “Além disso, existe uma ação fundamental que é a articulação com carroceiros no qual a prefeitura viabiliza os banhos carrapaticidas nos animais dessas pessoas”, comenta o Subsecretário de Promoção à Saúde e Vigilância Epidemiológica, Fabiano Pimenta.

De acordo com ele, não há motivo para temer a caminhada no entorno da lagoa. “O que as pessoas devem fazer é evitar deitar na grama com áreas do corpo expostas. Mas, caso façam isso, é importante que, ao chegar em casa, se faça uma inspeção no próprio corpo para conferir se não há nenhum carrapato grudado nele”, alerta.

Caso, ainda, alguma pessoa encontre com o parasita no corpo, é importante que procure um posto de saúde. “Quando mais rápido o diagnóstico, e mais rapidamente seja feito o uso da medicação, menores são as chances de a febre maculosa evoluir”, pontua. Ainda de acordo com o secretário, desde 2017, não há registro de que algum residente de Belo Horizonte tenha contraído a doença na capital mineira.

Coleta de amostras

Amostras foram novamente coletadas tanto no entorno da Lagoa quanto na Cidade Administrativa e enviadas à Fundação Ezequiel Dias (Funed), mas os resultados ainda não foram liberados.

"Com a confirmação dos casos de febre maculosa em Contagem, a Diretoria de Controle de Zoonoses intensificou as ações nas áreas consideradas de risco para a transmissão da doença", comunicou a Secretaria Municipal. 

84 casos em Contagem

No início do mês de junho, quatro pessoas de uma mesma família residente no bairro Nacional em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, morreram vítimas da febre maculosa. A situação acendeu o alerta no município que, nesta quarta-feira (26), confirmou seis casos da doença e alertou para outros 78 sob investigação. 

Apesar do quadro de alerta, análise feita em carrapatos colhidos no bairro, onde a família vivia, não comprovou a presença da bactéria causadora da febre maculosa em nenhum dos parasitas. 

"A prefeitura de Contagem não descarta que há a presença da bactéria causadora da febre maculosa na região. Novas coletas deverão ser feitas, por no mínimo um ano em Contagem", afirmou a Secretaria Municipal de Contagem por meio de nota.

A linha de investigação sobre a contaminação, de acordo com o órgão, deve girar em torno dos cavalos que a família possuía. Os animais são hospedeiros e transportadores do carrapato. 

Moradores da região contaram aos agentes de saúde que alguns cavalos teriam sido levados para uma cavalgada. No entanto, as duas pessoas que viviam no bairro Vila Boa Vista, também em Contagem, não participaram do evento.