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Baianas Ozadas afina bateria para o Carnaval

No ano passado, a bateria contou com 700 integrantes e, neste ano, serão apenas 200 músicos

Sáb, 21/01/17 - 16h35

Se preparando para encarar cerca de seis horas de desfile de Carnaval, o bloco Baianas Ozadas fez na manhã deste sábado (21) mais um ensaio de bateria. Neste ano, o fundador e cantor do bloco, Géo Cardoso, disse que o número de músicos será menor. Segundo ele, no ano passado, a bateria contou com 700 integrantes e, neste ano, serão 200. Cardoso relaciona a redução a procura por uma qualidade melhor do som, e não a divisão que aconteceu no grupo neste ano. Parte do bloco saiu do bloco para fundar um outro, o Havayanas Usadas.

Cardoso não faz previsão de público, mas afirma que a intenção é fazer um Carnaval ainda melhor. Em 2016, eles atraíram 300 mil pessoas. Neste ano, o bloco irá homenagear o baiano Moraes Moreira, primeiro cantor de trio elétrico.

“A bateria está menor, ano passado foi muito grande, não teve uma qualidade musical para o público. Foi o ano em que a bateria mais se desencontrou. Esse ano estamos reduzindo para ter uma equação melhor”, afirmou Geo Cardoso. Ele observou que toda a cidade, do folião ao poder público, precisa acompanhar e se organizar para o crescimento constante da folia belo-horizontina.

“A expectativa é fazer uma festa segura, saudável para todo mundo. O Carnaval que mais cresce é o de Belo Horizonte. Todo mundo tem que se atentar para isso. É uma cultura nova que chegou na cidade. Os diversos parceiros que ajudam o Carnaval acontecer, a polícia, a BHTrans, a Belotur, a gente está tentando trazer a organização do Estado, a Secretaria de Estado de Cultura, porque o Carnaval da capital hoje é o maior do Estado”, afirmou Geo Cardoso. O bloco sai na segunda-feira de Carnaval, a partir da praça da Liberdade, passando pela rua da Bahia, no centro da cidade, até a praça da Estação. OS ensaios acontecem todos os sábados até a festa,  no Centro Mineiro de Referência em Resíduos, no bairro Esplanada, região Leste da capital.

A estudante de direito Flávia Mendes, 21, e a mãe dela, a gerente administrativa Eulália Pires, 47, agitavam lado a lado seus xequerês. Na família, não foi a jovem quem levou a mãe para a folia. “Aprendi a tocar no bloco. Minha mãe toca desde 2010 e me contagiou”, conta a estudante. “Tinha amigos jovens que me convenceram e entrar para a bateria. Vamos tocar todos os dias do Carnaval, ao todo em cinco blocos”, se orgulha a mãe.

A baiana Ana Carla Figueiredo, 49, também está afinando o xequerê. “Tenho o Carnaval na veia. Sair na bateria é uma forma de estar participando mais. Não perco um ensaio”, afirmou a terapeuta. Ela conta que faz academia, e que isso a  ajuda a ter condicionamento físico para enfrentar as seis horas de festa em fevereiro.

Erika Michalick, 40, decidiu há dois anos sair da “pipoca” para entrar para o time dos músicos. Nas oficinas do Baianas Ozadas, aprendeu o agogô. “A nossa expectativa é que o Carnaval deste ano seja ainda maior e melhor do que o do ano passado”, diz animada a sustentabilidade. 

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