O hospital de campanha instalado no terreno da UPA Norte, no bairro Aarão Reis, em Belo Horizonte, voltado ao atendimento de casos de dengue, chikungunya e zika, poderá receber pacientes de qualquer região da capital mineira. A estrutura, que terá 40 leitos e cinco consultórios, vai funcionar 24h e deve começar a receber pacientes a partir das 19h desta sexta-feira (1). O local é considerado pela Prefeitura de Belo Horizonte como um ponto importante para ampliar o atendimento à população diante da alta nos casos de dengue.
Apesar da prioridade ser o atendimento aos belorizontinos, pessoas de outros municípios também podem receber assistência médica no hospital. "O SUS é universal. A gente não vai restringir acesso a ninguém. É claro que a gente quer priorizar os munícipes, mas a gente sabe que um grande percentual de não-munícipes é atendido em nossas UPAs. A pessoa pode procurar aqui (o hospital) diretamente e não precisa passar por outra unidade de saúde", explicou o secretário municipal de saúde da capital, Danilo Borges.
Atendimentos
A entrada para o hospital é a mesma da UPA Norte. O paciente que tiver sintomas de dengue, chikungunya ou zika passa primeiro na recepção da UPA, de onde será encaminhado para a avaliação de um enfermeiro. Se for confirmada a suspeita de dengue, o paciente é encaminhado para a área de arboviroses da UPA Norte, onde serão feitos exames.
Após os exames, o paciente é encaminhado para um dos cinco consultórios do hospital de campanha, que ficam em contêineres, situados na lateral da tenda que abriga os leitos. No consultório, o médico vai avaliar se o usuário pode receber alta, ou se precisa ser internado no hospital.
"A gente tem quatro classificações de dengue: A, B, C e D. O A é um paciente mais leve, que em via de regra não vai ficar no hospital ou na UPA. Os pacientes B e C são o foco desse hospital de campanha. É um paciente que vai precisar de uma hidratação mais intensa. Então a gente recebe ele para hidratar, para fazer os exames e todo o acompanhamento que for necessário", detalha o subsecretário de saúde de Belo Horizonte, André de Menezes.
Ainda segundo o subsecretário, pacientes mais graves, de classificação D, serão encaminhados para outros hospitais. "Vai depender dos dados clínicos. É uma avaliação médica. Se for necessário, a gente já faz uma solicitação de internação hospitalar, pedindo esse leito para a central de internação", pontua.
Estrutura
O hospital de campanha da UPA Norte consiste em uma tenda, cuja estrutura é de metal e tem o acabamento de lona. A estrutura, cedida pela Defesa Civil de Minas Gerais, conta com um sistema de ar-condicionado, para evitar que os pacientes sofram com o calor. Conforme a Secretaria Municipal de Saúde, as janelas da estrutura ficarão fechadas e as portas entreabertas para facilitar a entrada e saída de pacientes.
Os 170 profissionais que vão atuar no hospital de campanha foram contratados de forma emergencial. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, os trabalhadores foram contratados por meio do banco de currículos mantido pela prefeitura, sem necessidade de captar funcionários de outras unidades de saúde.
"Nós publicamos nas nossas redes um formulário para que as pessoas se inscrevessem. Nós ligamos para os profissionais, buscamos eles em nossa rede e tivemos êxito nas contratações. A gente está contratando profissionais de saúde que entendem o momento ímpar que a cidade está vivendo e felizmente doaram sua força de trabalho", declara o secretário municipal de saúde de BH, Danilo Borges.