CONTRA MAUS TRATOS

BH irá ganhar comissão especial de proteção animal

A instalação da comissão irá acontecer nesta terça-feira na ALMG, logo depois de uma feira de adoção de animais no local

Por JULIANA BAETA
Publicado em 27 de abril de 2015 | 16:36
 
 
Animais eram vendidos ilegalmente na feira WEB REPÓRTER

Nesta terça-feira (28), será instalada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a Comissão de Proteção dos Animais, às 16h, no Espaço Democrático José Aparecido de Oliveira. Antes disso, às 14h, a ALMG recebe ainda uma feira de adoção de animais de pequeno porte, no Pátio das Bandeiras.

A comissão é uma reivindicação antiga de entidades e protetores de animais de Belo Horizonte. Ela também foi mencionada na audiência pública sobre o tema, que aconteceu na última quinta-feira (23) na Câmara Municipal de Belo Horizonte.

“Nessa audiência levamos os problemas que enfrentamos como protetores de animais. Falamos sobre o Mercado Central, sobre a venda dos cães na feira, sobre os animais que estão sendo jogados frequentemente no rio Arrudas. No último resgate, os protetores tiveram que descer de rapel para resgatar os animais. Isso também foi questionado, porque estamos assumindo um trabalho que é do poder público”, conta a motorista e protetora Luzia Lobato, que participou da reunião.

A audiência rendeu ainda uma ação integrada da prefeitura, Polícia Militar de Meio Ambiente e protetores de animais que resultou na apreensão de mais de 80 filhotes de cachorros que estavam sendo comercializados de forma ilegal na rua da Bahia aos domingos, na Feira Hippie.

A servidora pública e protetora animal Ana Cláudia de Paula participou dos resgates dos animais na feira. “Já tem um tempo que aquele comércio ilegal ali nos incomoda. Fiscais da prefeitura e policiais militares ambientais nos ajudaram neste resgate. Encontramos filhotes ali que nem poderiam estar sendo vendidos ainda, animais que ainda nem tinham dentes, que nem haviam desmamado”, conta.

Por enquanto, os animais estão recebendo cuidados sob a responsabilidade dos protetores em uma clínica veterinária. Os vendedores foram autuados, mas se pagarem multa, podem reaver os animais. “Até lá não podemos fazer nada invasivo, mas a ideia é castrar esses animais e depois encaminhá-los para adoção. Alguns filhotes foram encontrados com marcas físicas de maus tratos, mas a grande maioria deles estava exposta em gaiolas, no sol, de 9h às 14h, sem comida e sem água, o que também configura maus tratos. Continuaremos vigiando aquele ponto aos domingos e estamos pedindo para as pessoas filmarem e fotografarem, caso vejam novamente essa comercialização ilegal ali”, conta ainda Ana Cláudia.

Comércio irregular

Passou a valer no dia 15 de janeiro deste ano, a nova resolução do Conselho Federal de Medicina Veterinária, que dispõe sobre as diretrizes gerais de responsabilidades técnica em estabelecimentos comerciais de exposição, manutenção, higiene estética e venda ou doação de animais.

Ela determina que para serem comercializados, os animais devem ficar em ambientes livres de barulho em excesso, com luminosidade adequada, livre de poluição e protegido contra intempéries ou situações que lhe causem estresse.

Além disso, a determinação diz que deve ser garantido aos animais o conforto, a segurança, higiene e um ambiente saudável, e a locação dos animais por idade, sexo, espécie, temperamento e necessidades, entre outros preceitos, que não eram cumpridos na feira clandestina de animais na rua da Bahia. 

Para denunciar maus tratos a animais o telefone é 181.