Trânsito

BH terá 137 radares que ‘leem’ placas e flagram até clonagem

Mudança acontecerá nos próximos 60 dias; avenida Amazonas terá mais aparelhos multifuncionais

Ter, 16/05/17 - 03h00
Alteração. O tempo previsto para troca é de 60 dias, e a cidade terá nesse período 215 aparelhos | Foto: Ricardo Malacco - 8.5.2015

A Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) trocará 137 radares por equipamentos multifuncionais capazes de identificar, além do excesso de velocidade, clonagem de veículos e irregularidades em documentos de carros por meio da leitura da placa. A mudança ocorrerá nos próximos 60 dias.

Os novos contratos terão custo de R$ 20,6 milhões e, na avaliação da BHTrans, serão aliados para orientar as políticas de engenharia de tráfego e de redução de acidentes. Isso porque a nova tecnologia do aparelho também poderá registrar a velocidade média que o carro desenvolve.

“Esses dados vão nos auxiliar enormemente a fazer nosso planejamento e implementar ações na engenharia de tráfego. É uma novidade tecnológica muito importante no âmbito da fiscalização, que vai nos auxiliar a manter os números de acidentes e mortes no trânsito em queda”, disse a assessora da Diretoria de Ação Regional da BHTrans, Mônica Mendes.

Dados da empresa mostram que, desde 2011, quando se implantou o programa de expansão da fiscalização por radares na capital, o número de mortes no trânsito caiu 30%: de 217, em 2011, para 150 em 2015. Nesse período, a quantidade de faixas fiscalizadas por excesso de velocidade passou de 182 para 981, um crescimento de 439%.

Licenciamento. Os alertas de possíveis veículos clonados serão emitidos quando um carro com a mesma placa for flagrado por radares que estiverem em locais diferentes, em um período de tempo em que seria impossível esse deslocamento. Já a velocidade média poderá ser medida pelo sistema calculando-se o tempo que determinado veículo demorou para percorrer a distância entre os dois radares.

Já quanto à tecnologia que identifica documentação irregular do carro, a BHTrans informou que essa não é a prioridade da empresa. “Nada impede que, no futuro, haja esse tipo atuação dos radares, mas neste momento isso não ocorrerá, até porque esse tipo de fiscalização é uma responsabilidade do Estado, e fazer essa fiscalização demandaria um convênio firmado junto à prefeitura”, detalhou.

Entre os novos radares, serão 66 de excesso de velocidade, 49 de avanço de sinal e 22 de invasão de faixa exclusiva para ônibus. A avenida que terá o maior número de equipamentos instalados será a Amazonas, com 15 de avanço de sinal e nove de excesso de velocidade. A avenida Nossa Senhora do Carmo é a que terá o maior número de equipamentos de invasão de faixa de ônibus, oito no total.


Saiba mais

Prazos. Os contratos dos radares foram encerrados em janeiro e março. Os equipamentos serão retirados para implantação e manutenção deles com a nova tecnologia. Sem os 137 que serão substituídos, restarão ainda 215 fazendo a fiscalização de excesso de velocidade, avanço de sinal e invasão de faixa de ônibus.

Custos. Cada radar terá um custo médio aos cofres públicos de R$ 5.000 por mês – a BHTrans não informou o valor do aparelho sem a nova tecnologia. Os contratos de implantação e manutenção foram divididos em dois. O primeiro foi vencido pelo Consórcio BH Segura, ao preço de R$ 10,8 milhões – o aparelho é da empresa. O segundo lote ficou com a Splice, a um custo de R$ 9,8 milhões.

Histórico. A Splice já esteve envolvida em uma investigação que apurou o pagamento de propina para vencer licitação, mas nos contratos firmados em BH não foram encontradas irregularidades.


Informações podem ajudar a melhorar fluidez no trânsito

Os dados coletados pelos novos radares vão auxiliar a gestão de trânsito da BHTrans e têm potencial para ajudar os motoristas a reduzir a ansiedade no trânsito, segundo Silvestre Andrade, consultor de tráfego e transportes.

Ele explicou que, com os dados da velocidade média, a BHTrans poderá avaliar se os resultados estão compatíveis com o esperado para a via. “Se estiver acima da previsão, é um sinal de que os motoristas estão abusando e é necessária uma nova ação para inibir o excesso de velocidade. Se ela estiver abaixo, é um diagnóstico de que é preciso uma intervenção de engenharia de tráfego para garantir o fluxo, como um novo padrão semafórico”, disse. Andrade ainda explica que outras cidades do mundo utilizam essas informações em painéis. (BM) 

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