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BHTrans diz que é preciso ter paciência com gargalos na capital mineira

Segundo o órgão, sugestões de intervenção são estudadas desde que sejam plausíveis

Por Rafaela Mansur
Publicado em 16 de abril de 2018 | 03:00
 
 
Moradores sugerem um retorno embaixo do viaduto para fugir do trânsito da Cristiano Machado Foto: reprodução Google Street View

Todas as sugestões de melhorias no trânsito da capital são estudadas, desde que sejam consideradas plausíveis, segundo a Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans). O órgão afirmou que o respeito à sinalização e a paciência dos motoristas “são imprescindíveis” e que a “desobediência prejudica ainda mais a fluidez”. A BHTrans sugere que as pessoas evitem horários de pico, usem o transporte coletivo e promovam caronas solidárias.

Sobre as reivindicações dos moradores do bairro Santa Cruz, na região Nordeste, a BHTrans informou que propõe a revitalização da sinalização e a implantação de mão única na rua Jorge Angel Livraga, no sentido rua do Contorno/rua José Cleto, como sugerido. No caso da rua Manoel José da Silva, a mão única é inviável porque, conforme o órgão, a via é itinerário de duas linhas de ônibus (9801 e 8106), que circulam no sentido oposto ao sugerido. Para a instalação de semáforo, a BHTrans afirmou que é necessário um estudo detalhado.

No bairro Floresta, na região Leste, onde os motoristas reclamam de dificuldade para atravessar a rua Salinas, a BHTrans disse que não existe semáforo no cruzamento com a rua Floresta porque o volume de tráfego é baixo e o cruzamento não é simétrico. O órgão afirmou que técnicos vão vistoriar o local em breve para avaliar a possibilidade de melhorar a sinalização, com demarcação de área de conflito (caixa amarela), em que veículos não devem parar.

Sobre a reclamação dos moradores do bairro Colégio Batista, na região Nordeste, a BHTrans disse que as ilhas obedecem as normas, e as larguras foram dimensionadas para forçar os condutores a reduzir a velocidade, uma vez que a prioridade é a segurança dos pedestres.

Já em relação à queixa do grande fluxo de veículos no entorno do Colégio Franciscano Coração de Maria, no bairro São João Batista, em Venda Nova, a BHTrans afirmou que técnicos estão se reunindo com a comunidade para estudar a melhor solução. O órgão informou que “atua de diversas formas para minimizar os engarrafamentos” no Belvedere, na região Centro-Sul, por meio da coibição de veículos pesados no trevo do Belvedere e de projetos como a proibição de estacionamento na avenida Luiz Paulo Franco. Para a BHTrans, a solução pode ser a implantação de intervenções de trânsito de grande porte pelas prefeituras de Nova Lima e Belo Horizonte e por empreendimentos próximos, como medidas mitigadoras. 

Canais. É possível contatar a BHTrans por meio das Comissões Regionais de Transportes e Trânsito; do telefone 156; do BH Resolve ou pessoalmente (avenida Engenheiro Carlos Goulart, 900).

Palmares. Segundo a BHTrans, o retorno na Bernardo Vasconcelos não é viável porque seria sobre a galeria de um córrego, sem capacidade de carga para tráfego de veículos.

Jonas Veiga. A instalação de semáforo não é indicada na interseção – que passa por manutenção –, onde todas as vias têm sentido duplo, e a possibilidade de transformar duas delas em mão única teve resistência dos usuários.

Cabana. A BHTrans propôs a alteração do itinerário de linhas de ônibus para melhorar a mobilidade na rua Independência, mas muitos moradores foram contrários à medida.

Vereadores debatem problemas

A Comissão de Transporte e Sistema Viário da Câmara de Belo Horizonte tem realizado uma série de visitas técnicas e audiências públicas para discutir problemas de trânsito apontados por moradores. Após os debates, os vereadores podem, por exemplo, enviar ofícios para solicitar providências aos órgãos competentes.

No caso do Belvedere, por exemplo, foi realizada uma audiência pública para debater a realidade do trânsito, e uma nova reunião será marcada. “Ali precisa da ação das prefeituras de Belo Horizonte e Nova Lima, da comunidade e do Legislativo. A BHTrans só pode fazer paliativos”, disse o vereador Fernando Borja (Avante).

Para o consultor em transporte e trânsito Silvestre de Andrade Puty Filho, as demandas da comunidade devem ser estudadas e discutidas com a população para que a solução seja a melhor para a maioria. “O trânsito é uma coisa de todo mundo, seja pedestre, motorista ou passageiro, e qualquer mudança afeta a todos”.