O Vira o Santo, é verdade, acontece depois do Carnaval propriamente dito, o que não impede que já faça parte do calendário da folia de Belo Horizonte. Blocos de bairros ou grandes blocos saem de vários pontos da cidade, que atravessam a pé ou por meio de transporte público, para se encontrar na Praça da Estação. Batuques, estandarte, cores, brilho e sorrisos dão o tom do encontro que saúda a festa que passou e deixa um gostinho de quero mais para o próximo ano.
Quem acompanha o carnaval de rua da capital mineira sabe que a folia veio sendo construída pouco a pouco até se tornar o gigante que hoje é. Silvana Maurizi Portela, 62, é uma dessas pessoas. Este é o quarto ano que ela sai na bateria dos blocos Então, Brilha! e Us Beethovens. Além deles, se apresentou prontamente com o pandeiro na mão e muito glitter no rosto para compor o Beiço do Wando, Tiete da Tiêta e Os Magnatas.
“Eu já fico com saudade”, atesta Silvana. Mas ela sabe como driblar o sentimento. “Olha, a gente está ensaiando com o Então, Brilha! desde setembro. De dezembro até fevereiro, eu participava de quatro a cinco ensaios por semana”. Assim, argumenta, tem carnaval o ano inteiro.
Adão José, 56, concorda com ela. O folião compõe as baterias dos Sexta-feira Ninguém Sabe e Batuque Coletivo. Para ele, “hoje não é o arremate não, vai ter carnaval o ano inteiro”. Com muita disposição diz que já está pensando no ano que vem, mas que no meio disso os blocos vão se encontrar muitas vezes ainda em 2017.
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