Embate

Bolsonaro se defende e afirma estar ‘lutando contra um sistema’

Discurso trouxe o posicionamento do presidente após saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública

Por Daniele Franco
Publicado em 24 de abril de 2020 | 19:28
 
 
Bolsonaro

O presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) discursou, nesta sexta-feira (24), no Palácio do Planalto, para responder às acusações proferidas por Sergio Moro durante a manhã do mesmo dia. Além de negar o que o ex-ministro da Justiça afirmou, Bolsonaro destacou sua própria atuação no combate à corrupção no país.

“Falaram que eu estava dificultando operações da PF (Polícia Federal). Se as nossas indicações não passavam por indicações partidárias, está na cara que a fonte da corrupção não era tão abundante quanto antes. Isso começou a (se) abater sobre mim como se eu fosse contrário à Lava Jato. Poderosos se levantaram. Eu estou lutando contra um sistema, contra um establishment. Coisas que aconteciam no Brasil praticamente não acontecem mais”, disse

Marcado por justificativas e negações sobre o que foi dito por Moro, o discurso do presidente trouxe o posicionamento do chefe do Executivo federal sobre a crise institucional agravada pela saída de Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

A principal acusação de Moro contra o presidente foi a suposta tentativa de interferir nos trabalhos da Polícia Federal, atitude amplamente negada por Bolsonaro. O estopim para a ruptura foi a exoneração do diretor geral da PF, Maurício Valeixo, publicada nesta sexta no “Diário Oficial da União”. Embora traga a assinatura eletrônica de Moro, o agora ex-ministro afirma que só tomou conhecimento do documento após a divulgação.

Em seu pronunciamento, Bolsonaro rebate a fala de Moro e afirma que a exoneração foi acordada tanto com ele quanto com Valeixo, que supostamente sinalizava o desejo de sair desde janeiro deste ano. O presidente ainda acusou Moro de pedir um cargo no Supremo Tribunal Federal em troca da demissão do diretor geral, que só poderia acontecer após a indicação do presidente, em novembro. O ex-ministro nega.