Caso em Extrema

Briga por causa de cão acaba com um morto e um ferido na madrugada de Natal

Atrito começou quando um homem chamou a PM para dizer que um grupo de motociclistas atropelou e matou o cachorro da família

Qua, 25/12/19 - 10h22
Campeã. Extrema, no Sul de Minas Gerais, lidera lista que avalia panorama socioecônomico do país | Foto: rodrigo lima – 10.7.2013

Uma confusão generalizada iniciada por causa de um atropelamento de um cachorro terminou com uma pessoa gravemente ferida e outra pessoa morta, na madrugada de Natal (25), em Extrema, cidade do Sul de Minas Gerais, que faz divisa com São Paulo. As vítimas são Roberto Miguel de Paula, de 47 anos, e Edivan Lucas de Oliveira, de 19 anos. O autor da tentativa de homicídio da primeira vítima, um jovem de 22 anos, fugiu do local e ainda não foi localizado. Já Edivan foi morto por um homem, de 25 anos, como vingança pela tentativa de assassinato de Roberto. 

De acordo com a Polícia Militar, o atrito começou quando um homem, de 48 anos, entrou em contato com a corporação para dizer que um grupo de motociclistas passou pela rua onde ele mora e atropelou e matou o cachorro da família. Nesse momento, ele tirou satisfação com os motociclistas, que o ameaçaram. O dono do cachorro não soube informar as características deles aos militares.

Em rastreamento, os militares não conseguiram localizar os motociclistas e encerraram a ocorrência. Entretanto, por volta de 1h20, a equipe foi acionada novamente devido a um disparo de arma de fogo. Ao chegar lá, os agentes encontraram Roberto Miguel de Paula, de 47 anos, ferido e sendo socorrido por populares.

Tentativa de assassinato

Roberto foi atingido por um disparo de arma de fogo na cabeça. O autor do tiro, um jovem de 22 anos e filho do tutor do cachorro, fugiu de carro e ainda não foi localizado.

De acordo com informações de testemunhas, Roberto foi até a casa do dono do cão porque conhecia um dos motociclistas que teria atropelado e matado o animal. Outra testemunha contou aos militares que Roberto tinha ouvido que estaria sendo apontado como o responsável pelo atropelamento do cachorro, e foi até a casa dos tutores do animal para esclarecer a situação. Houve discussão.

Nesse momento, o suspeito, de 22 anos, teria recebido uma arma calibre .32 de uma pessoa identificada por Baiano para "se defender", e atirou em Roberto.

Revoltados com o ataque a Roberto, que foi socorrido, vizinhos entraram na casa, destruíram os móveis e depredaram o carro da família do suspeito. Com medo da reação das pessoas, o tutor do cachorro se escondeu no forro da casa. Os policiais precisaram escoltá-lo para tirá-lo do local.

A Polícia Civil informou que Roberto está no pronto-socorro e será transferido para a UTI do Hospital São Lucas, em Extrema. O estado de saúde dele é estável. 

Morte

Com o ataque a Roberto, os vizinhos se aglomeraram no local com os ânimos exaltados, segundo a PM. Para dispersar as pessoas, um soldado da corporação chegou a pegar uma granada, mas, em seguida, decidiu que não seria necessária a utilização do artefato.

Consta no boletim de ocorrência que o agente tentou recolocar o pino no projétil, mas não conseguiu. Então, ele foi até um terreno baldio para deflagrar a granada longe da vizinhança.

Nesse momento, percebeu que um homem, de 25 anos, saiu de um matagal e atirou contra Edivan Lucas. O militar pediu para que o homem largasse a arma e, como não foi atendido, começou uma troca de tiros.

Quando o tiroteio chegou ao fim, o agente percebeu que Edivan tinha sido atingido por um tiro na cabeça e outro no braço, efetuados pelo homem que saiu do matagal.

Esse, por sua vez, foi atingido pelo militar com dois disparos em cada uma das nádegas e um no abdômen. A Polícia Civil informou que ele está internado na UTI do Hospital São Lucas e que recebeu voz de prisão do militar que atendeu a ocorrência.

A corporação apurou que Edivan foi morto por um sobrinho da primeira vítima, Roberto, por vingança, mas não detalhou o grau de aproximação de Edivan com a família tutora do cachorro.

Desfecho

Ao fim da ocorrência, a família tutora do cachorro foi orientada a não voltar para a casa, uma vez que os vizinhos de Roberto permaneceram no local e prometeram se vingar da família. A residência foi completamente destruída e depredada. 

A arma utilizada no assassinato de Roberto não foi localizada pela PM, uma vez que o local onde o crime aconteceu estava tomado por pessoas.

A Polícia Civil informou que vai abrir inquérito policial para investigar o caso.

Observação: a reportagem errou ao informar, incialmente, que Roberto tinha morrido em função do disparo de arma de fogo. Às 13h14, desta quarta-feira (25), ele permanecia hospitalizado.

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.