Parque Nacional

Brigadistas lutam há dois dias contra chamas na Serra da Canastra

Dois focos de incêndio foram registrados na tarde de segunda-feira (25), sendo que um deles já foi contido; 56 pessoas atuam no local

Qua, 27/08/14 - 17h32

Um total de 56 pessoas trabalham para tentar conter um incêndio que consome uma extensa área do Parque Nacional da Serra da Canastra, na região Centro-Oeste do Estado, desde a tarde da última segunda-feira (25). Ainda não foi feito um levantamento da área já destruída pelas chamas. 

Vicente Faria, que é chefe interino do parque administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), explica que na tarde de segunda surgiram dois focos diferentes de incêndio no parque. "Foi um em um lugar conhecido como Minério, que conseguimos extinguir ainda na tarde de terça-feira (26), e outro na região conhecida como Lavrinha", lembra. 

Desde que as chamas foram detectadas, 50 brigadistas do Ibama e do ICMBio trabalham no combate. Além deles, seis bombeiros vindos das cidades de Piumhi e Três Passos também auxiliam nos trabalhos, que ainda não tem previsão de chegar ao fim. "Além destes, este ano nós tivemos apenas um foco de incêndio em julho. Tudo indica que se trate de um incêndio criminoso, apesar de ainda não podermos afirmar", garantiu Faria. 

O parque, que foi criado em 1972, tem 200 mil hectares de extensão e preserva as nascentes do rio São Francisco e vários outros monumentos. "É muito importante para todo o país, pois possui várias fito fisionomias do bioma Cerrado, como o campo rupestre, a mata ciliar, o campo limpo e campo sujo, entre outros. Abrigamos aqui o lobo-guará e o pato mergulhão, que é uma espécie em extinção. E estes incêndios não prejudicam só a vegetação, mas todos os animais que vivem nela", lamentou o chefe interino. 

Alta incidência

Pelo menos outros três grandes incêndios foram combatidos em parques de preservação mineiros somente nos últimos sete dias. Nesta terça-feira (26) as chamas foram extinguidas após 34h de combate no Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, na região do Barreiro, em Belo Horizonte. Um total de 22 bombeiros, 24 brigadistas voluntários, três aeronaves, duas caminhonetes e três carros trabalharam na região.

Em São Thomé das Letras, no Sul do Estado, foram destruídos cerca de 500 mil m² da vegetação em uma área próxima à um parque de preservação. As chamas tiveram início no domingo (24) e só foram contidas pelos dez militares dos bombeiros na última segunda-feira (25). O Parque do Itacolomi, em Ouro Preto, na região Central de Minas, também foi atingida por um incêndio nesta segunda. Oito bombeiros e 22 brigadistas atuaram no local. 

Ainda nesta semana o Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema) divulgou que entre janeiro e julho de 2014 houve um aumento de 145% no número de queimadas registradas nas Unidades de Conservação (UCs) do Estado em comparação com o mesmo período entre 2009 e 2013, quando as ocorrências passaram a ser contabilizadas. 

Nos últimos a média foi de 59 registros neste período, enquanto este ano foram registradas 145 queimadas. No total, em 2014 foram 202 ocorrência, sendo que somente até julho já haviam sido consumidos 916,07 hectares, que é equivalente a 916 campos de futebol.

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