Aprimoramento

Capacitação da Polícia Militar tem foco em abordagens neste ano

A cada edição do Treinamento Policial Básico, a capacitação tem um foco diferente que varia conforme as necessidades daquele momento

Por Raquel Penaforte
Publicado em 19 de agosto de 2022 | 14:15
 
 
PMs participam de curso de atualização Foto: Videopress produtora

No ano em que a Polícia Militar investiga várias denúncias de condutas supostamente truculentas por parte dos seus agentes, o tradicional Treinamento Policial Básico, um curso de atualização que militares de Minas Gerais participam a cada dois anos, há mais de duas décadas, focou em técnicas de abordagem. O curso é voltado para militares de todo o Estado e serve como uma espécie de atualização para os servidores em atividade.  

O capitão Cláudio Virgílio, responsável por ministrar a aula de defesa pessoal acompanhada por O Tempo, explica que a “Polícia Militar de Minas Gerais investe no treinamento dos policiais” e que a instituição “utiliza o treinamento de uma forma ampla, além dos tratamentos complementares”. A cada edição, a capacitação tem um foco, conforme as necessidades daquele momento.  

“São usadas várias artes marciais,como o judô, Aikido, jiu-jitsu e outras técnicas para que a gente possa alcançar o objetivo do policial na intervenção, que é mobilizar, algemar e conduzir, então, nós temos técnicas para diferentes abordagens, para aquele que  não agride policial, mas também para o que agride, seja com socos, pauladas ou até mesmo com um vidro que estiver a disposição, então a ideia é impossibilitar o cidadão agressor e capacitar policial”, afirma o capitão Cláudio Virgílio. 

Mesmo com a reciclagem pontual e com as orientações sobre as condutas na rotina da PM, tem se tornado comum casos de abordagens com suposto excesso de força por parte de agentes. A mais recente, envolvendo um sargento da corporação, terminou com a morte de um homem, de 29 anos, na Vila Barraginha, em Contagem, na região metropolitana, em julho deste ano.

O Tenente Coronel Marcos Araújo, que é o responsável pelo treinamento, explica que o curso acontece há 21 anos e está no 11º biênio e que se trata de um curso de atualização, que por isso, tem disciplinas práticas, mas também aulas teóricas. “A gente recolhe toda a tropa da Polícia Militar, não só o operacional, mas também o pessoal especializado e administrativo e a cada biênio, reunimos toda a tropa para essa atualização aqui na academia de Polícia Militar e nas 82 unidades de treinamento pessoal da polícia nas outras cidades. Tem defesa pessoal, aula de tiro policial,  PH Tático, que é mais conhecida como pronto socorrismo, temos matérias de abordagens diversas, aulas teóricas, em que a gente cuida da saúde integral do militar e de novas tecnologias também”, detalha.  

Durante o curso os policiais vivenciam situações semelhantes às do dia a dia, são avaliados e debatem novas técnicas aprendidas.  

Segundo a cabo Karine Magalhães, que ministrou as aulas de abordagens, a disciplina tem como foco desempenhar o trabalho com o  máximo de segurança e o mínimo de esforço. 

“A gente inicia com a parte teórica para passar algumas informações de cunho jurídico, ou seja, quais elementos que compõem a abordagem policial, principalmente aproximação de pessoas em relação a busca pessoal, quai os preceitos fundamentais que precisa ter a busca pessoal para dar legalidade ação nos casos que não são situação de flagrância, e sim em situações de fundada suspeita. Em seguida, a gente faz um apanhado com três oficinas, uma oficina de atendimento a perturbação do sossego, outra oficina de cumprimento de mandado de busca e apreensão e a terceira de tratamento à vítima”, explica. 

De março a agosto deste ano, já participaram do curso cerca de 7 mil agentes da polícia militar.