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Capitólio: Sociedade de Geologia afirma que laudos podem evitar tragédias

SBG emitiu nota em que reafirma a importância de avaliação e monitoramento de áreas geoturísticas para evitar desastres

Por Cinthya Oliveira
Publicado em 09 de janeiro de 2022 | 21:58
 
 
tragédia em capitólio buscas Foto: Cristiano Machado / Imprensa MG

O Brasil é o quinto país no mundo entre os que mais registram vítimas associadas a eventos geológicos e geotécnicos, com mais de 41 milhões de pessoas afetadas e 42 eventos de grande magnitude ocorridos nos últimos dez anos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Geologia (SBG).

A diretoria executiva da entidade emitiu uma nota sobre a tragédia em Capitólio, no sudoeste de Minas, quando o tombamento de uma rocha atingiu quatro embarcações. Dez pessoas morreram

No texto, os especialistas afirmam que a tragédia expõe um problema provocado pela falta de laudos geológicos e geotécnicos para identificar os riscos geológicos de locais a serem visitados por turistas. A SBG “rechaça qualquer tentativa de negar a gravidade dos fatos e de impedir a apuração das responsabilidades por essa tragédia que poderia ter sido evitada”. 

A entidade afirmou que o período de chuvas demanda uma atenção maior por parte do poder público e da sociedade civil. “As condições extremas de chuvas, aliadas com o período de de grande visitação às regiões com potencial geoturístico, contribuem para os riscos naturais”. 

A entidade explica que movimentos de massa ocorrem há milhares de anos, mas são amplificados, tanto na ocorrência quanto na intensidade, nos períodos chuvosos. “Fenômenos como inundações, deslizamentos, fluxo de detritos, entre outros, representam um desafio às capacidades dos governos, nas esferas federal, estadual e municipal, para responder antecipadamente, com rapidez e eficácia, aos problemas decorrentes dos seus efeitos a uma determinada região do país”.

Para a SBG, há uma ausência de profissionais qualificados da área de Geociências nas prefeituras para conduzir estudos de avaliação dos lugares turísticos e monitoramento de áreas de riscos. São profissionais que poderiam avaliar restrições de uso e determinar procedimentos de segurança.

“A indicação de obras de contramedidas e o monitoramento geotécnico aliados com a percepção de risco pela população são ações eficazes para mitigar o risco e prevenir desastres”, diz a nota.