Reação

CDL-BH critica Kalil: ‘Mais barato criar leitos do que recuperar a economia’

Recuo da Prefeitura de Belo Horizonte na flexibilização do comércio, anunciada nesta sexta-feira, desagradou ao presidente da entidade

Sex, 29/05/20 - 18h39
Comércio fechado no Barreiro na véspera do Dia das Mães | Foto: Fred Magno / O Tempo

Após o anúncio de que comércio em Belo Horizonte não terá novas aberturas na próxima semana, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas da capital (CDL-BH), Marcelo Souza e Silva, criticou a decisão da PBH e cobrou providências mais firmes do prefeito Alexandre Kalil (PSD). O anúncio foi feito na tarde desta sexta-feira (29), cinco dias após o início da primeira fase da flexibilização.

Segundo Silva, o prejuízo no setor comercial com a suspensão das ativades pode chegar a 70% em alguns setores, no entanto ainda não há um balanço com números absolutos dessa perda, tampouco de comércios que precisaram fechar as portas.

A perda de postos de empregos, de acordo com ele, chega a 20 mil. “A gente estava avançando e criando um clima na cidade de responsabilidade. A gente tem uma preocupação muito grande porque, se continuar isso e chegar a 10% da empregabilidade do comércio em BH, serão mais de 100 mil empregos perdidos”, afirma.

O Dia dos Namorados também foi citado pelo presidente como uma oportunidade importante para o setor, que, se autorizado a funcionar, poderia trazer um respiro aos comerciantes. Segundo ele, o ano de 2020 já está perdido para o setor, e o esforço pós-pandemia será minimizar prejuízos e comércios fechados. “O mais importante é que precisamos que o prefeito vá ao governador e cuide de Belo Horizonte, eu mesmo mandei uma mensagem a ele pedindo que acatasse os pedidos da prefeitura”.

O pedido de Silva vem de um dos argumentos usados por Kalil e pela equipe para suspender o avanço das reaberturas. Segundo a PBH, o crescimento acelerado dos números de casos no interior do Estado foi um fator importante para a decisão, já que muitos dos municípios do interior dependem de leitos na capital. O prefeito citou várias vezes o sucateamento da rede estadual de saúde como motivo para aumentar a dependência das cidades do interior. De acordo com Kalil, o Estado foi acionado.

“Se nós fizemos distanciamento para que se criasse a condição de saúde, então que crie três, quatro, cinco mil leitos, cadê isso? Senão teremos que ficar eternamente fechados, considerando que o interior impacta e o tamanho da população da cidade. É muito mais barato fazer leito de hospital do que recuperar a economia de uma cidade como Belo Horizonte”, defendeu o presidente da CDL-BH.

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