Prédio de Niemeyer

Centro de Resistência Afro-Brasileira inaugura nova sede

O espaço, um lactário construído quando JK era governador de Minas, abrigará o Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira (CENARAB)

Seg, 22/05/17 - 15h24

O Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira (CENARAB) está de casa nova. Foi inaugurada na última sexta-feira (19) a nova sede da instituição, que há anos luta para combater a intolerância religiosa, o preconceito e a discriminação, que ficará agora no antigo lactário, um prédio de 1953 desenhado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, na rua Desembargador Barcelos, no Calafate, região Oeste de Belo Horizonte. 

O espaço foi cedido, em comodato, pela Secretaria de Patrimônio da União (SPU) e acomodará a Escola de Empreendimento Solidário e demais atividades sociais desenvolvidas pela entidade, com capacidade para atender 1 mil alunas e alunos por ano, nas diversas oficinas de formação e qualificação profissional.

O CENARAB foi fundado  em 1991 por religiosos da tradição de matriz africana, durante o 1° Encontro Nacional de Entidades Negras (ENEN). Desde então, foram anos de luta  em busca de transformar a realidade das comunidades tradicionais. Entre as ações do centro, está o investimento na formação de lideranças como forma de combater a intolerância.

Atualmente, a instituição está organizada em 18 estados, com diretorias estaduais independentes e autônomas, organizando as comunidades tradicionais de matriz africana e propondo políticas públicas nas diversas esferas do poder público. 

O prédio

O local é uma das primeiras obras de Niemeyer, que é também autor do complexo arquitetônico da Pampulha - que ganhou no ano passado o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, da Unesco - e dos edifícios de Brasília.  

Tombado pela Prefeitura de Belo Horizonte, o edifício foi pesquisado pela Fundação Municipal de Cultura. Lá era fornecido leite em pó às crianças da favela conhecida como Vila dos Marmiteiros, que ficava do outro lado da Via Expressa. A data exata do início da construção não foi identificada, mas, de acordo com relato, o ano mais provável é 1953, quando Juscelino Kubitschek era governador de Minas.

A criação do ponto de distribuição do alimento teria sido pedido a JK por sua mulher, dona Sara Kubitschek.Com o tempo, o lactário passou a fornecer também atendimento médico e odontológico para os moradores. Desde então, imóvel já abrigou o Centro de Saúde Noraldino Lima, uma loja maçônica e a Associação para a Reabilitação do Menor (Ampare).

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