Laudos

Coronavírus: UFMG tem capacidade para produzir 150 diagnósticos da doença ao dia

Instituição está em contato com a Funed e a Anvisa para começar a emitir laudos sobre a Covid-19 para hospitais da região metropolitana de BH

Seg, 23/03/20 - 15h48

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Diante de cada vez mais casos suspeitos de coronavírus em todo o Estado, o crescimento exponencial de testes da doença já tem sobrecarregado laboratórios particulares e a Fundação Ezequiel Dias (Funed). Para ajudar a aliviar as centrais, a UFMG calcula que tem capacidade de produzir pelo menos 150 diagnósticos de Covid-19 por dia. 

É o que conta o virologista e professor Flávio Guimarães da Fonseca. "Vai ser uma ação para demandas de hospitais da região metropolitana de Belo Horizonte. Hoje, já estamos analisando amostras para o hospital Risoleta Neves", afirma. De acordo com o especialista, a Central de Tecnologia de Vacinas da entidade possui cerca de 30 pesquisadores, técnicos e estudantes que auxiliam nos testes.

"A Funed, que é a central de referência, já não dá conta mais da demanda. E são necessários testes de muitos profissionais, como médicos que estão em quarentena em casa por estar espirrando, por exemplo, que precisam de um diagnóstico negativo para voltar ao hospital. A princípio, vamos atuar com isso para auxiliar na recomposição da força de trabalho, além de pacientes que possam ser liberados dos leitos em um diagnóstico negativo para coronavírus", resume. 

Laboratório ainda não emite laudos

Apesar de disponibilizar a tecnologia, a UFMG não é autorizada pela legislação federal para produzir laudos do coronavírus, como acontece na Funed e em laboratórios particulares. "Fazemos a pesquisa da presença do RNA do vírus. Há uma série de diretrizes, e ainda não conseguimos ajudar neste momento com a liberação de laudos. A condição legal que conseguimos neste momento é apenas testar a presença ou não do vírus", enfatiza.

O virologista reforça que estão em andamento conversas com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o credenciamento do laboratório da UFMG, mas, devido a questões burocráticas, ainda não foi liberado. "Prazos travam as coisas, já era para estar acontecendo. É essencial neste momento a busca de alternativas, já que os laboratórios de referência estão claramente sobrecarregados no país inteiro. Uma descentralização traria alívio", finaliza.

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