Teresópolis

Corpo de menina de Juiz de Fora é achado enterrado em quintal no RJ

A criança, de 1 ano e sete meses, foi morta em agosto de 2017 pelo padrasto; a mãe se mudou para a cidade do Estado vizinho após conhecer o homem em uma rede social

Ter, 20/02/18 - 09h00
O suspeito aparece em foto com a criança, que foi espancada e assassinada por ele | Foto: PC-RJ / DIVULGAÇÃO

O padrasto e a mãe de uma garotinha de apenas 1 ano e 7 meses, natural de Juiz de Fora, na Zona da Mata, foram presos na última sexta-feira (16) pela Polícia Civil do Rio de Janeiro (PC-RJ) suspeitos de terem assassinado a menina e enterrado o corpo no quintal da casa onde viviam, em Teresópolis, na região Serrana do Rio. 

Conforme as informações da 110ª Delegacia do Estado, foram presos o segurança Janoir Martins Custódio, que não teve a idade divulgada, e Raiane de Oliveira Gonçalves, de 19 anos. O Delegado Diogo Schettini explicou que policiais militares, após receberem uma denúncia anônima por telefone, chegaram até a mulher, que estaria sendo agredida pelo companheiro. 

Durante o atendimento à ocorrência de violência doméstica, a polícia descobriu ainda que a pequena Mikaelly de Oliveira Ribeiro estava desaparecida há mais de seis meses. Diante da informação, a PC do Estado iniciou então uma investigação. 

Em depoimento, Raiane afirmou que conheceu o segurança no Facebook e, após algum tempo de conversas on line, acabou concordando em ir morar com o homem em Teresópolis, deixando então Juiz de Fora. 

Porém, ao passar a morar com o suspeito, ela e sua filha passaram a ser agredidas, sendo mantidas em cárcere privado. A mulher detalhou ainda, segundo o delegado, que no dia 4 de agosto do ano passado Janoir espancou "impiedosamente" a criança, matando-a e enterrando o corpo no quintal da casa onde moravam. 

 

Ameaças

Ainda em seu depoimento, Raiane afirmou que não acionou as autoridades pelo fato do suspeito ter feito ameaças de morte caso ela chamasse a polícia. A jovem não sabia indicar o endereço do crime, mas informou que a casa ficava perto de um mercado de dois andares e de um posto de saúde, dados que possibilitaram a localização da casa e o encontro do corpo de sua filha. 

Conforme o delegado Diogo Schettini, foram mobilizados policiais para encontrar a casa e, após diversas diligências, foi possível localizar a residência onde o corpo da criança fora enterrado. O Corpo de Bombeiros foi acionado e, após intenso trabalho, conseguiram achar os restos mortais da criança, que passou por perícia.

 

Outros moradores investigados

Após a localização dos restos mortais da criança, a PC-RJ iniciou então o trabalho de inteligência. Com a investigação, foi possível identificar todas as pessoas que viviam na casa na data do assassinado de Mikaelly. Todos terão o envolvimento no crime investigados.

Entre os moradores do local, estavam o padrasto e a mãe de Janoir, que foram localizados. Pouco depois foi a vez dos policiais acharem o suspeito, que foi preso e levado juntamente com a mãe da menina, sua mãe e seu padrasto para a delegacia. 

Os quatro foram ouvidos e entraram em diversas contradições, porém, Raiane e Janoir acabaram confessando o crime de ocultação de cadáver, pelo qual foram presos em flagrante. 

Ainda de acordo com a PC-RJ, o delegado irá representar pela prisão preventiva do casal.

 

Mulher mentiu para a família 

Em entrevista ao jornal Extra, do Rio de Janeiro, uma tia de Raiane que mora em Juiz de Fora relatou que a jovem saiu de casa em julho do ano passado para viver com o suspeito. Durante o período, a mulher fazia contatos com a família por telefone e sempre dizia que a estava tudo bem, até que, de repente, os contatos pararam por alguns meses. No dia 13 de fevereiro, Raiane ligou e disse que a

Segundo a parente, somente no dia 13 de fevereiro a mulher contou que a menina tinha morrido, dizendo que a morte aconteceu no dia 4 de novembro e alegou que a criança sofreu um derrame cerebral.

"O mais estranho é que durante um período, sempre que ela ligava, a gente pedia para falar com a Mikaelly e ela colocava a menina ao telefone. Só que a bebê sempre repetia as mesmas palavras. Agora, acreditamos que era uma gravação", contou ao jornal a familiar da suspeita.

Em post nas redes sociais, uma familiar da criança desejou que os suspeitos sofram "mil vezes mais do que eles causaram" à ela. "Que esses dois vermes possam pagar o que eles fizeram com uma garotinha ingênua e inocente, que sequer sabia se defender desses monstros. Ficamos sabendo hoje na delegacia da 110 DP, nos depoimentos desses dois crápulas, que essa garotinha sofreu muito nas mãos dessa família antes de morrer. Até amordaçar ela com fita e deixar ela por horas assim, sem comer e beber, esses vermes o fizeram", afirmou. 

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.