Minas Gerais registrou nesta terça-feira (11) a 17ª morte de operários da construção civil vítimas de acidente de trabalho. Um homem, de 51 anos, morreu ao ser atingido por uma pedra de aproximadamente 500 kg, que despencou de uma torre de mais de quatro metros de altura. O impacto, segundo avaliou o sindicato que representa a categoria, equivale a 2, 3 toneladas. O acidente aconteceu na área de construção de um prédio residencial, na rua Pernambuco, na Savassi.
De acordo com informações da Polícia Militar e testemunhas no local, o trabalhador colocou a cabeça dentro do chamado “bate-estaca”, e foi atingido. O funcionamento da máquina consiste em suspender um peso a uma certa altura, por meio de um guincho, e, depois, soltá-lo até que caia sobre uma estaca na base do equipamento.
O operário usava um capacete, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local, antes de ser atendido por equipes de resgate do Samu.
Quatro trabalhadores estavam no local e não quiseram se pronunciar sobre o assunto. Representantes da empresa responsável pela obra também se recusaram a falar. O presidente do sindicato dos trabalhadores da construção civil esteve presente e lamentou mais uma morte. “Infelizmente são 17 trabalhadores que perderam a vida em Minas este ano. Esse número pode ser ainda maior porque não contabilizamos as mortes que ocorrem nos hospitais”, disse Osmir Venuto. Segundo ele, representantes do sindicato estiveram na construção e constataram a ausência de técnicos de segurança do trabalho.
Ontem mesmo, durante a tarde, operários da construção civil da Grande BH e representantes de construtoras se encontram em uma audiência pública na Assembleia Legislativa para discutir o alto número de mortes envolvendo acidentes de trabalho nessa área.
De acordo com dados fornecidos pelo Ministério do Trabalho, nos meses de janeiro e fevereiro deste ano mais de 1.800 obras foram autuadas no Brasil por descumprimento de normas de segurança, o que representa 44% das 4.068 ações de fiscalização realizadas. Além disso, 369 canteiros de obras foram embargados por irregularidades semelhantes. O órgão registrou 72 acidentes na construção civil no mesmo período.
Atualizada às 20h55
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