Impasse

Covid: MP vai avaliar indicadores de BH antes de cobrar fechamento do comércio

No último dia 7, órgão havia recomendado que a capital mineira seguisse os critérios do programa estadual Minas Consciente, que não permite a flexibilização.

Por Rômulo Almeida
Publicado em 12 de agosto de 2020 | 19:31
 
 
comercio fechado Foto: Ramon Bitencourt

O impasse sobre a continuidade da reabertura do comércio de Belo Horizonte continuou na tarde dessa quarta-feira (12). O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) disse que vai avaliar em 10 dias os critérios usados pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para decidir sobre o funcionamento do comércio.

A decisão vem um dia depois de o prefeito Alexandre Kalil afirmar que não vai aderir ao programa Minas Consciente, contrariando recomendação do próprio MPMG em 7 de agosto.

O MPMG informou que vai avaliar os indicadores da pandemia usados pela capital separadamente do restante das cidades da região Central. Dessa forma, o MPMG entende que o comércio de Belo Horizonte poderá reabrir, mesmo que a região esteja na onda vermelha, a mais restritiva do programa Minas consciente, do governo estadual.

Uma das partes mais interessadas nas decisões acerca do comércio, os lojistas sequer cogitam a possibilidade de retroceder no processo de reabertura. Para representantes do setor, a flexibilização ainda é tímida e os prejuízos causados por quase cinco meses de fechamento são desastrosos. 

Para o presidente do Sindicato dos Lojistas de Belo Horizonte (Sindlojas-BH), Nadim Donato, um novo fechamento é inviável. “O Sindlojas apoia integralmente o prefeito Kalil na sua posição de não fechar o comércio de Belo Horizonte. Não tem por que fechar, já ficamos mais de 153 dias fechados. O Ministério Público pode não estar entendendo o que está se passando com vários lojistas que estão encerrando suas atividades, desempregando, tem gente já passando fome e dificuldade”, disse.

Outra instituição que representa o setor, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), acredita que o atual estágio da pandemia em BH permite que o comércio seja aberto aos sábados. A fase 1 do protocolo da prefeitura não permite o funcionamento nesta data. “O número médio de transmissão por infectado está em 0,87%. O índice de ocupação de leitos de UTI está em 70,5% e o de enfermaria em 49,1%. Estes índices permitem, no mínimo, que a prefeitura autorize o funcionamento do comércio aos sábados”, disse a entidade em nota.

A prefeitura informou que só vai retroceder no processo de reabertura se houver piora na taxa de transmissão e de ocupação de leitos. No momento, de acordo com a PBH, os últimos dados apontam que a velocidade de transmissão do vírus está estável na cidade.