Itajubá

Depois de 18h, agentes penitenciários feitos reféns são liberados

Liberação foi confirmada no início da tarde pela Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap); vídeo mostra os servidores em poder dos detentos

Seg, 24/10/16 - 11h40
Presos agora passarão por buscas | Foto: AGENTE WILLIAM ROCHA / DIVULGAÇÃO

Foram libertados no início da tarde desta segunda-feira (24) os dois agentes penitenciários que eram feitos reféns desde o fim da tarde de domingo (23) no Presídio de Itajubá, no Sul de Minas. Segundo a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap), eles sofreram ferimentos leves e recebem atendimento médico neste momento. 

Conforme a pasta, a confusão teve início quando os agentes tentaram intervir em um conflito entre presos em uma das alas da unidade prisional, no fim da tarde do domingo. "A direção da unidade negocia com os detentos a liberação dos servidores", disse a nota divulgada pelo órgão nesta manhã. Questionada sobre o que os presos reivindicam, qual a capacidade e quantos presos estão no presídio neste momento, a Seap respondeu apenas que a unidade tem capacidade para 302 detentos. Segundo a Polícia Militar de Itajubá, o presídio tem, atualmente, 556 presos nas instalações.

O TEMPO teve acesso à um vídeo que teria sido feito dentro da unidade e que mostra a situação dos dois agentes que foram tomados reféns. Nas imagens é possível ver, a princípio, um dos agentes ainda com o uniforme e as mãos amarradas. "O agente na perfeita forma aí, ele está sendo bem tratado, enquanto o diretor está negando medicamento para o preso que eles mesmo feriram com tiro, de bomba e arma", diz o detento que grava as imagens com um celular.

Logo em seguida o outro agente aparece, sem camisa e sendo segurado pelo pescoço por um dos presos. Ele está com uma faixa na cabeça, indicando que ele teria sido ferido em algum momento. "Tá tranquilo? Grita que tá tranquilo então", fala um dos detentos para ele. Em seguida vários deles começam a gritar e o agente ferido é levado para a ala. Assista:

Remoção de detentos rivais era exigência

Apesar da Seap não ter informado quais eram as reivindicações dos presos rebelados, um agente penitenciário que não quis ser identificado conta que eles estariam pedindo a remoção de dois presos. "Para libertar os agentes a condição seria a troca por dois presos rivais, que seriam supostamente do Comando Vermelho. Mas também reclamam das condições, falta de medicamentos e saída de alguns presos devido à superlotação, além de pedirem a saída do atual diretor", explica. 

Segundo o servidor, militares do 56º Batalhão, que atua na cidade, informaram que o motim envolveu cerca de 100 detentos que estão no pavilhão B da unidade. "As negociações foram retomadas às 7h e a previsão é que termine na hora do almoço, com o restabelecimento da luz, água e comida dos presos. A PM informou também que cerca de 80 militares, 12 viaturas e 130 agentes penitenciários estiveram envolvidos nas negociações com os detentos. Além disso, os militares informaram que juiz e promotores estiveram no local para discutir a transferência de alguns detentos.

Procurada, a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) informou que as circunstâncias da rebelião serão apuradas em procedimento próprio da Seap, para verificar possíveis ilícitos administrativos e faltas disciplinares. "A apuração criminal sobre o episódio fica a cargo a cargo da Polícia Civil", finalizou.

Atualizada às 18h14

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