Segundo dia

Detentos de Coronel Fabriciano fazem greve de fome

Segundo o diretor do presídio, o protesto aconteceu por conta do procedimento de busca que acontece na saída e na volta do banho de sol dos presos

Por José Vítor Camilo
Publicado em 26 de maio de 2017 | 12:22
 
 
A unidade tem capacidade para 190 detentos e estaria abrigando cerca de 400 pessoas Foto: LAIRTO MARTINS/JORNAL VALE DO AÇO

Chegou ao fim na tarde desta sexta-feira (26) a greve de fome  dos detentos do Presídio de Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, que teve início na quinta-feira (25). Conforme a direção da unidade, o protesto era contra o procedimento de busca que acontece na saída e na volta do banho de sol, entre outras coisas. 

Os presos já teriam se recusado a comer o almoço e a janta de quinta e pretendiam repetir o ato nesta sexta, mas acabaram desistindo. O TEMPO conversou com o diretor do presídio, Edmar Soares, que afirmou que eles estariam fazendo isso apenas para "chamar atenção", já que eles estocaram alimentos como pão e leite nas celas. Pouco depois, ele assumiu que a unidade está com 400 presos em um espaço com capacidade para 190. "Está bem cheia", concluiu. 

"Estão reclamando do procedimento de busca, principalmente, mas também que as visitas estão tomando chuva e sol, que a comida está crua. Preso reclama de tudo, mas, na verdade, não tem nada que justifique essa greve de fome", defende o diretor. Ainda conforme ele, muitos celulares e drogas foram apreendidos recentemente e, por isso, o procedimento foi reforçado. "Estão insatisfeitos por perderem produtos ilegais", completa. 

Ainda de acordo com Soares, não havia muito a se fazer além de aguardar que eles retomassem a alimentação. "Não preciso nem falar sobre as buscas, já que é um procedimento padrão que tem que ser adotado, mas, por exemplo, uma obra para cobrir o pátio por causa das visitas, demoraria anos. Eles vão ficar até lá sem comer?", questiona. No jantar de quinta-feira, somente os presos de três das 21 celas existentes na unidade teriam se alimentado. 

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) informou que, em razão de mudanças necessárias na rotina de banho de sol, "alguns detentos fazem um protesto pacífico desde ontem (quinta)", recusando a alimentação. "Não há motim e a situação na unidade está sob controle", completou a pasta. 

Ainda de acordo com a Seap, nesta sexta uma revista rotineira foi feita na unidade, visando coibir a presença de objetos ilícitos entre os presos. 

Atualizada às 13h40