Ouça a notícia
Após meses fechados por conta da pandemia do coronavírus, o comércio tem corrido contra o tempo para pelo menos recuperar o prejuízo. E quando se aproxima uma data comemorativa, vale tudo para atrair o cliente. Na K&S Papelaria e Brinquedos, que fica no Barreiro, a estratégia é oferecer brindes e dar um super desconto ao levar qualquer mercadoria junto com um brinquedo para impulsionar as vendas no Dia das Crianças, que acontece no dia 12 de outubro.
"Acredito que será na média do ano passado, mas com um investimento mais baixo. Está difícil prever como será qualquer coisa por conta da Covid-19, mas estamos na expectativa de melhorar o faturamento na data", conta a proprietária do estabelecimento, Suellen Deise. E uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (30) pela Fecomércio aponta que 54,1% das empresas preveem que a data vai movimentar as vendas em Minas Gerais.
Conforme a analista de pesquisa da entidade, Letícia Marrara, o setor está otimista. "E não é à toa. Essa é a segunda data mais importante para o comércio no segundo semestre, que acredita que o auxílio emergencial pode ajudar os consumidores a irem às compras", explica. Outro fator apontado pela especialista é o avanço da flexibilização econômica nas últimas semanas em meio à pandemia, o que pode ter contribuído para alavancar essa expectativa em relação às datas anteriores, como os dias das Mães e dos Pais.
Entre os segmentos que devem ter um maior impacto do faturamento, estão livros, jornais, revistas e papelarias (60%), supermercados (59%) e calçados e vestuários (57,8%). Na loja de roupas infantis Bibe Savassi, na região Centro-Sul, a assistente comercial Angélica Oliveira espera que as pessoas presenteiem mais no Dia das Crianças. "Estamos com promoções, campanhas nas redes sociais. E na pandemia, acabamos fidelizando clientes nas vendas online que agora vão até a loja para ver as peças", afirma.
Expectativa de vendas
O levantamento da Fecomércio apontou ainda que, mesmo a crise causada pela Covid-19, 56,2% dos comércios entrevistados esperam vendas iguais ou melhores que na comparação com o ano passado. Outros 43,8% estão mais pessimistas e afirmam que o faturamento será menor. Entre esse último grupo, a pandemia é justamente a principal responsável pelo desempenho fraco para 71,9%, seguida pela crise econômica e a falta de produtos (7,3%).
"A doença é o principal motivo para a piora das vendas, porém ainda existe um saldo positivo de comércios que acreditam em uma retomada e melhora, mesmo que gradual e com cautela", enfatizou a analista da Fecomércio. É o caso da loja de brinquedos Pedacinho de Chão, que neste ano aposta nos produtos mais baratos para atrair os consumidores. "O investimento em estoque foi menor, já que as pessoas querem produtos em conta. Vai chegar mercadoria nova e, com isso, consigo fazer liquidação", enfatizou a gerente, Andrea Castro.
Para o período, as principais ações dos lojistas para melhorar o desempenho do caixa é em propaganda (45,2%), liquidações (26,5%) e visibilidade da loja (9,6%). A especialista Letícia Marrara lembra que é preciso sempre ter precaução. "Essas ações devem elevar as vendas, mas uma dica que deixo para o empresário em relação aos investimentos é se planejar para garantir a sustentabilidade do comércio após esse período de reabertura".
Compras no cartão de crédito
Como já é de costume em todas as datas comemorativas, os comerciantes acreditam que 76,8% dos consumidores vão deixar as compras para a última hora, na semana do Dia das Crianças. Em relação aos pagamentos, a forma preferida deve ser o cartão de crédito, tanto parcelado (33,2%) quanto à vista (15,3%). Já 93,6% esperam que o gasto por pessoa seja abaixo de R$ 200, sendo que para 45,2% o valor será de até R$ 50.
---
O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.
Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.