Operação 'Catira'

Diretor penitenciário é afastado do cargo por corrupção e peculato

Investigado utilizava a estrutura da oficina mecânica da Penitenciária Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana, e a mão de obra de presos. No esquema os detentos eram beneficiados com celulares e computadores

Ter, 22/06/21 - 12h19
Investigado utilizava a estrutura da oficina mecânica da Penitenciária Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana, e a mão de obra de presos. | Foto: Uarlen Valério

Cinco diretores da Penitenciária Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana, são investigados pela Polícia Federal suspeitos de corrupção e peculato – crime que consiste no desvio de recursos públicos para benefício próprio.  

Eles levavam para a oficina mecânica da unidade prisional carros particulares para serem consertados e reformados pelos detentos que trabalhavam na oficina. Em troca os presidiários eram beneficiados com celulares, videogames e computadores 

 A investigação que dura cerca de  três meses, afastou temporariamente do cargo um diretor penitenciário. Os resultados preliminares da investigação foram revelados nesta terça-feira (22) pela força-tarefa coordenada pela Polícia Federal e integrada pela Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Penal estadual e Polícia Penal federal. 

Durante a apuração oriunda de denúncias realizadas pelo próprio setor de inteligência da penitenciária para a Polícia Federal, foi constatado que o investigado afastado do cargo usava a estrutura da   oficina mecânica do presídio e a mão de obra de detentos para a realização de serviços que garantiam benefícios particulares para os envolvidos. " A oficina existe para a manutenção dos veículos do sistema prisional. No entanto, os envolvidos usavam a estrutura para consertar carros populares para posteriormente serem vendidos", explicou o delegado da Polícia Federal, Christian Del Cantoni. 

O delegado federal ainda esclareceu que os detentos envolvidos no esquema recebiam vantagens dentro do presídio como o recebimento de aparelhos eletrônicos. Ele ainda destacou que um dos custodiados que participava da ação criminosa, e que era beneficiado com os equipamentos, foi alvo de uma operação da própria Polícia Federal e condenado a cerca de 36 anos de prisão, pelos crimes de estupro de vulnerável e pornografia infantil. 

 " Muitos desses detentos recebiam aparelhos como computadores e celulares. Ainda serão investigados se eles tinham acesso à internet", esclareceu Cantoni. 

A Polícia Federal ainda revelou que Familiares de detentos também estão na mira da investigação por participação no esquema, que possivelmente estariam incumbidos de levar para a penitenciária equipamentos para o conserto dos veículos. 

A investigação ainda está em andamento. A Polícia Federal ainda vai investigar quantos veículos foram reformados ilegalmente no local. As identidades dos envolvidos serão preservadas até o fim das investigações, previstas para serem concluídas em 30 dias. 

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