MONTES CLAROS

Dona de casa morre após levar choque elétrico em máquina de lavar

Pisando descalça no chão molhado da área de serviço; vítima recebeu descarga elétrica ao pegar em fios desencapados

Qua, 22/03/17 - 11h39
Mulher, que deixa três filhos, será sepultada nesta quarta em Grão Mogol | Foto: FACEBOOK / REPRODUÇÃO

Uma mulher de 45 anos morreu após levar um choque elétrico ao ligar a máquina de lavar, nessa terça-feira (21), em Montes Claros, no Norte de Minas. No momento do acidente, o chão estava molhado e alguns fios da lavadora desencapados.

Após conversar com uma familiar pelo WhatsApp, por volta das 8h, Eli Cristina Gasparini foi para a área de serviço do imóvel em que vivia, localizado no bairro Lourdes. “Ela me deu bom dia por mensagem, conversamos algumas coisas e depois nos despedimos. Quando foi por volta das 10h15, uma das filhas dela mandou no grupo da família: ‘alguém liga aqui, minha mãe morreu’”, contou a prima da vítima, a bacharel em direito Verônica Gasparini, de 39 anos.

Ao ligar, Verônica ficou sabendo como tudo havia acontecido. A dona de casa estava na residência com o filho de 19 anos, que dormia em um dos quartos, e a netinha de apenas 2 anos. Descalça, ela pegou nos fios e, ao ligar na tomada, recebeu a descarga elétrica.

“A neta viu tudo. Graças a Deus, ela não encostou na avó e começou a gritar. Com isso, o tio da menina acordou e já encontrou a mãe caída com os fios na mão. A Eli deu um último suspiro e não reagiu mais”, contou a prima.

Segundo a assessoria de imprensa do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da cidade, uma equipe esteve no local e encontrou a vítima com parada cardiorrespiratória. Foram tentadas manobras de reanimação, mas a mulher não resistiu. O óbito foi constatado pelo médico da unidade.

A morte pegou todos os parentes de Eli de surpresa. Além do filho homem, ela deixa duas filhas. Nascida em Lençóis Paulista, no interior de São Paulo, a dona de casa se mudou com a família para Minas Gerais há cerca de oito anos, quando o marido trocou de trabalho. A princípio, eles foram para a cidade de Grão Mogol, na mesma região do Estado, e, após a morte do companheiro, há aproximadamente três anos, ela e os filhos se mudaram para Montes Claros.

“A gente jamais pensa que isso possa acontecer. É uma coisa normal fazer as atividades domésticas sem usar chinelos, e, às vezes, o chão fica molhado mesmo. Foi uma fatalidade. Estamos todos arrasados”, lamentou Verônica.

Consumidores atentos

Para o professor de Engenharia Elétrica do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet/MG), Marcos Fernando dos Santos, os consumidores devem tomar cuidados básicos para evitar choques. “A primeira coisa é olhar se as instalações elétricas estão com os dispositivos de proteção, como o ‘DR’, que detecta fuga de correntes”, explicou.

Além disso, no caso de área de serviço, evitar que o ambiente e os equipamentos fiquem molhados. “Nesses locais é importante que a pessoa sempre esteja calçada para evitar que o contato direto com o solo possa servir de caminho para circulação elétrica pelo corpo”.

Em casos de fios desencapados ou algum problema com equipamentos, como máquinas de lavar, o educador alerta que apenas pessoas que possuem conhecimento na área elétrica podem mexer. “A vida não tem preço. É preciso procurar um profissional qualificado, como um eletricista, para que o problema seja resolvido”, finalizou.

Dados

Nos dois primeiros meses deste ano, o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte, recebeu 19 pacientes em razão de acidentes com choques elétricos, segundo a assessoria de imprensa da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais  (Fhemig). Em todo o ano de 2016 foram 104 atendimentos dessa natureza. O número de óbitos não foi divulgado pela unidade de saúde.

Em 2016, o Corpo de Bombeiros atendeu 55 vítimas de eletrocussão em todo o Estado. Em janeiro e fevereiro deste ano foram 13 casos.

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