Transporte

Doze anos depois, BHBus só atende 17% dos passageiros

BHTrans alega falta de recursos e espera concluir sistema até a Copa do Mundo

Seg, 27/07/09 - 20h28
BHTrans alega falta de recursos e espera concluir sistema até a Copa do Mundo | Foto: Bruno Figueiredo

Enquanto a BHTrans fala em implantar o programa de Transporte Rápido por Ônibus, um outro sistema viário, lançado há 12 anos em Belo Horizonte, dá sinais de estar esquecido. O projeto BHBus de transporte coletivo, que criou estações de ônibus para interligar regiões da cidade, estava previsto para ser concluído em 2004, o que não aconteceu. Na prática, dos 1,4 milhão de usuários de ônibus da capital, apenas 235 mil utilizam as estações, ou seja, 17% do total.

Foram nove grandes estações de integração previstas no projeto. Dessas, cinco foram implantadas, sendo que uma (Vilarinho) está subutilizada. As outras quatro (veja arte) ainda não saíram do papel. Cinco pequenos terminais de integração também já foram criados, mas atendem poucas linhas.

De acordo com a gerente de implantação de estações da BHTrans, Celina Perdição, o principal motivo do atraso é a falta de recursos. Segundo ela, existem ainda terminais cujas construções dependem de outras obras.

A estação BHBus Salgado Filho, por exemplo, prevista para integrar linhas da região Oeste e desafogar corredores como as avenidas Amazonas e Barão Homem de Melo, só sairá do papel após a conclusão de um trecho da linha 2 do metrô, que ligará o Barreiro à região hospitalar.
Outra estação que ainda está só no planejamento é a Alípio de Melo, mesmo com o terreno já definido e reservado desde 1999, quando a Câmara Municipal aprovou a lei nº 7928, do Executivo, autorizando a implantação dos terminais.

De acordo com a gerente de estações da BHTrans, o começo da obra depende da conclusão do prolongamento da avenida Pedro II até a avenida João XXIII, na Vila São José, região Noroeste.
"A expectativa é construir as estações Alípio de Melo e Pampulha até 2014, ano da Copa", afirmou. Os dois terminais devem custar R$ 50 milhões.

Positivo. Para o consultor em transporte e trânsito Osias Baptista Neto, o sistema BHBus é útil, já que reduz o número de ônibus que circulam pelo centro da capital mineira.
Para ele, o sistema ajuda a criar, inclusive, novas demandas de destinos, o que não acontecia antes da implantação das linhas integradas. "A integração melhora muito a ligação entre as partes da cidade que não se integravam", disse.

Porém, alguns terminais estão subutilizados. Enquanto a estação BHBus Barreiro atende 70 mil usuários por dia, a Vilarinho é frequentado por 10 mil pessoas diariamente. A estação José Cândido da Silveira tem frequência ainda menor: 4.000 usuários por dia.


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