Babita Camargos

Em Contagem, avenida tem assaltos a qualquer hora do dia

Vítimas relatam que são abordadas por bandidos armados que chegam a pé ou de carro

Por Aline Diniz
Publicado em 22 de setembro de 2017 | 03:00
 
 
Iluminação precária da avenida aumenta o risco para quem circula pela via, que tem grande movimento e é uma das mais importantes de Contagem Foto: Douglas Magno

Em nove dias, pelo menos quatro assaltos foram registrados em 100 m na avenida Babita Camargos, uma das mais importantes vias de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Os crimes acontecem a qualquer hora do dia ou da noite, e as vítimas relatam que já foram abordadas tanto por assaltantes que estavam a pé e armados quando por bandidos que chegaram em carros. Muitas não chegam a registrar Boletim de Ocorrência (BO).

A última ocorrência foi registrada nessa quinta-feira (21) à tarde. Antes das 15 h, uma mulher de 40 anos, que não será identificada, foi surpreendida por um menor depois de estacionar seu carro. Em cerca de um ano, foi a segunda vez que ela foi assaltada no mesmo local. “Ele colocou o canivete na minha barriga e me mandou entregar o celular. Senti medo. Eu chorava sem parar”, contou.

Na hora, a avenida estava bastante movimentada, e, provavelmente porque havia testemunhas, o adolescente de 16 anos jogou o aparelho no chão e correu. “Um vendedor ambulante foi quem alertou os policiais que passavam na hora”, acrescentou a vítima. O menor foi apreendido.

De carro. Na última terça-feira, três mulheres foram assaltadas em um ponto de ônibus da mesma avenida. As auxiliares de produção Marcela da Silva Lino, 28, e Karina Eliseu Batista, 24, ficaram sem os celulares, documentos, entre outros itens. A bolsa da terceira vítima foi levada também, mas, como só havia roupas, ela preferiu não registrar o BO.

Segundo as vítimas, os suspeitos pararam um carro preto ao lado do ponto de ônibus. Um deles desceu do veículo, e o outro continuou no interior do carro para facilitar a fuga. “Ele colocou a mão na cintura, falou para não reagirmos e pediu as bolsas”, contou Marcela.

As vítimas disseram que o homem que as abordou era moreno claro e tinha cerca de 1,75 m. Elas não souberam descrever o que ficou dentro do carro. Até a noite dessa quinta-feira (21), nenhum dos dois tinha sido preso.

Localizada na Cidade Industrial e com 3 km de extensão, a Babita Camargos é uma das principais vias de acesso para indústrias, centros de compras, concessionárias, bancos e diversos outros empreendimentos.


Frases

“Fui sequestrado há alguns anos. Foi, certamente, o pior momento que vivi. Tudo se passou durante três horas, algumas vezes no porta-malas e outras no banco da frente, sob ameaças. Eles queriam encontrar um banco ‘seguro’ para sacar dinheiro, sem levantar suspeitas. Depois, me deixaram em um matagal à beira de uma estrada. Eu tinha certeza absoluta de que seria executado.” 
Jornalista, 47

“Dois homens vieram me empurrando para a parede e pedindo dinheiro. Só não me assaltaram porque o vigia de um dos comércios deu dois tiros para cima e eles correram.”
Microempresária, 40

“Dois homens me abordaram no ponto de ônibus e exigiram o celular e dinheiro. Um deles estava armado e perguntou o que poderia fazer comigo se achasse mais dinheiro na minha bolsa. Foi desesperador.”
Operadora de Telemarketing, 29

“Um motoqueiro e um comparsa na garupa pararam no ponto de ônibus e pediram os celulares. Fiquei sem reação. Eles gritavam muito.”
Comunicóloga, 24