MAPA DA VIOLÊNCIA

Em dez anos, BH tem queda no número de mortes por arma de fogo

Em 2004 foram 1.351 assassinatos contra 731 em 2014; em contrapartida, no mesmo período, Estado todo teve leve aumento

Por CAROLINA CAETANO
Publicado em 25 de agosto de 2016 | 14:13
 
 
Maioria das vítimas são negras, segundo estudo BRUNO FIGUEIREDO - 18.4.2008

Nas últimas 24 horas, Belo Horizonte registrou um homicídio a tiros. Marlon Dias Fraga, de 19 anos, foi assassinado na rua Polônia, do bairro Jardim Leblon, na região da Pampulha. Autoria e motivação da execução ainda são um mistério. O número baixo, levando em conta uma capital com com mais de dois milhões de habitantes, vem para confirmar o estudo do Mapa de Violência, que aponta queda no número de mortes por armas de fogo no município nos últimos dez anos.

O levantamento, coordenado pelo sociólogo e diretor de pesquisa da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), Julio Jacobo Waiselfisz, foi publicado pela primeira vez em 2005. Com base no Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS), esta edição do estudo aponta que em 2014 foram 731 assassinatos, enquanto em 2004 foram registrados 1.351.

A queda foi consecutiva, mas em 2011 houve um aumento de 803 casos, contra 696 do ano anterior. Com a diminuição de mortes por tiros, a cidade melhorou sua posição entre todas as capitais. Em 2004, ela ocupava a 3ª posição entre os municípios que mais matavam, sendo o 1º e 2º lugar de Recife e Vitória respectivamente. Já em 2014, Belo Horizonte pulou para a 17ª posição.

Se por um lado veio a boa notícia da queda na capital, por outro, quando o recorte é pelo Estado, os dados não são tão satisfatórios. Em Minas Gerais foram registrados 3.255 assassinatos em 2004 e 3.338 em 2014. Durante os dez anos, 2013 teve a maior elevação, com 3.455.

Mortes de homens e mulheres

Ainda conforme o estudo, homens são as maiores vítimas de mortes por arma de fogo. Em Minas, em 2014, foram 3.173 homicídios de homens contra 163 de mulheres. A pesquisa também apontou que 2.471 negros foram assassinados enquanto o número de brancos foi 795. Outra constatação foi que a maioria da morte é de jovens. Conforme o estudo, 2.107 mortos tinha entre 15 e 29 anos.

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