SEM VIADUTO

Empresa fará projeto de trincheira na Pedro I, mas obra é incerteza

Prazo para apresentação do projeto é de 60 dias; Cowan e Consol continuam sem assumir oficialmente a culpa pela queda do viaduto Batalha dos Guararapes; MP promete mover ação judicial caso companhias não entrem em acordo sobre construção

Por ALINE DINIZ
Publicado em 23 de outubro de 2014 | 13:24
 
 
Obras ainda não têm data para início Foto: João Godinho/O TEMPO

A reunião entre as empresas Cowan e Consol e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) terminou sem acordo definitivo nesta quinta-feira (23). Ficou fechada apenas a promessa de que a Consol irá desenvolver o projeto básico de engenharia para a construção de uma trincheira no local onde ficava o viaduto Batalha dos Guararapes, que desabou em julho, na avenida Pedro I, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte. A responsabilidade pela construção da trincheira ainda não foi definida, e o MPMG promete mover ação judicial para conseguir que as empresas custeiem a obra caso não haja acordo. Isso deve acontecer após o prazo de 60 dias para entrega do projeto básico de engenharia.

O encontro desta quinta-feira foi marcado após a Prefeitura de Belo Horizonte decidir que, ao invés de um novo viaduto, deveria ser construída uma trincheira no local. As duas empresas continuam se eximindo de qualquer responsabilidade pela tragédia.

Na reunião, nenhum termo de ajustamento de conduta foi assinado, mas a Consol se comprometeu a fazer o projeto básico da trincheira em um prazo de 60 dias. Passado esse prazo, o projeto será apresentado novamente para a Cowan, que irá decidir se vai realizá-lo, e para o MPMG.

O diretor da Consol, Maurício de Lana, já afirmou que a solução apresentada pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) - a trincheira - é viável. Já o diretor jurídico da Cowan, Guilherme Machado, informou que a empresa nunca deixou de atender a sociedade com relação ao ocorrido, e reafirmou que ela não teve responsabilidade na queda do viaduto.

O promotor de Defesa do Patrimônio Público do MPMG Eduardo Nepomuceno informou que nenhuma das partes assumiu a responsabilidade e que nesta primeira etapa será possível saber o custo real da obra. Ele também considera que uma solução amigável é boa para as duas partes, já que o processo judicial não seria confortável para a imagem das empresas, que já estão há algum tempo no mercado de trabalho.