Empresa que deu golpes de R$ 3 milhões em fornecedores é desmascarada

Um esquema de golpes de R$ 3 milhões contra fornecedores de equipamentos de segurança, realizado por uma empresa de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, foi desmontado pela Polícia Civil. Conhecido como “Laranja Mecânica”, o golpe consiste basicamente no não pagamento de grande quantidade de mercadorias compradas.

“Essa empresa investigada foi criada há dois anos, em nomes de terceiros. No início, para ganhar credibilidade, ela honrava com todos os seus compromissos. Porém, desde o final do ano passado, eles começaram a comprar grandes quantidades de mercadorias, e não tinam a intenção de pagá-la”, afirmou Wagner Sales da 6ª Delegacia de Fraudes.

De acordo com o policial, os produtos conseguidos no golpe eram vendidos por valores abaixo do preço real, após serem supostamente regularizados, por meio de notas frias. “Acreditamos que intenção era ficar com o lucro total e depois desaparecerem ou decretarem falência. A premissa é que eles já tramavam tudo isso antes mesmo de abrir a empresa”, disse.

Investigação. As investigações contra a empresa começaram na quinta-feira passada e durante este final de semana foi realizada uma busca e apreensão no local e a prisão de dois funcionários- Kênia Giraldi, de 35 anos, e Dilson Veneziano Filho, de 52 anos. “Lá encontramos uma boa parte dessas mercadorias que haviam sido compradas, mas não pagas. A recolhemos e vamos devolver aos fornecedores. Os dois funcionários presos são da parte financeira da empresa e estavam diretamente conectados com a fraude”, contou o delegado.

A polícia agora procura os dois supostos proprietários da empresa. Ainda não existe um mandado de prisão contra eles, mas existe a expectativa de que sejam ouvidos ainda nesta semana. “Tivemos a informação de que estavam em uma viagem aos Estados Unidos, porém descobrimos que na verdade eles estão na região do Triângulo Mineiro. Estamos atrás deles”, acrescentou Sales.

Ao todo, a polícia já identificou pelo menos 20 empresas - de cinco estados do Brasil- vítimas  da fraude. As investigações continuam e existe a possibilidade de mais fornecedoras terem caído no golpe.

Crime. A polícia pretende indiciar os suspeitos pelo crime de estelionato e formação de quadrilha. A reportagem tentou entrar em contato com a empresa investigada, mas nenhum dos telefonemas disponíveis atendeu.