sem restrições

Entidades de BH assinam manifesto contra possível fechamento da cidade

Dezessete entidades do comércio e de serviços pedem reunião com o prefeito Alexandre Kalil e solicitam soluções criativas para conter a ômicron

Por Cinthya Oliveira
Publicado em 24 de janeiro de 2022 | 14:51
 
 
No fim do ano, mais pessoas circularam pelo comércio de BH e região Foto: Flavio Tavares

Dezessete entidades do setor econômico de Belo Horizonte redigiram um manifesto, destinado à prefeitura, em que se posicionam contrários a um possível fechamento de atividades econômicas, frente ao avanço da variante ômicron. Na sexta-feira (21), o secretário de Saúde, Jackson Machado, realizou uma coletiva em que afirmou que poderia haver a implantação de novas restrições, se os indicadores da pandemia continuassem crescendo. O prazo dado por ele de monitoramento foi quarta-feira (26).

As entidades se reuniram na minha desta segunda-feira (24) e decidiram assinar a carta conjunta. Nela, reivindicam que “a prefeitura seja criativa e competente para encontrar outras alternativas para conter o avanço da doença sem mais uma vez sacrificar o principal setor da economia da cidade”.

Pedem uma reunião com o prefeito Alexandre Kalil e dizem que não podem “uma vez admitir o fechamento ou qualquer tipo de restrição no funcionamento dos estabelecimentos de comércio e serviços em nossa cidade”.

“Precisamos de um melhor planejamento da Prefeitura de Belo Horizonte para combater a ômicron e a Influenza no sentido de preservar a saúde das pessoas e garantir que os setores de comércio e serviços não sejam fechados novamente”, declarou o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.

Leia o posicionamento conjunto das entidades representativas dos setores econômicos de comércio e serviços:

Nós, entidades representativas dos setores de comércio e serviços de Belo Horizonte, vimos através do presente demonstrar nossa profunda preocupação com as declarações do Secretário Municipal de Saúde, Jackson Machado, que, em entrevista coletiva na tarde da última sexta-feira, 21, cogitou a hipótese de fechar os estabelecimentos comerciais novamente.

No nosso entendimento, é absolutamente inadmissível sequer imaginar tal possibilidade. Em entrevistas anteriores, o próprio secretário já havia descartado a hipótese. Por outro lado, em entrevista concedida ao portal Uol no dia 14 de janeiro deste ano, 10 dias atrás, o prefeito Alexandre Kalil garantiu que a Prefeitura estava preparada para aumentar o número de leitos para tratamento de Covid 19 na quantidade que fosse necessária.

Na entrevista, segundo palavras do próprio prefeito, a Prefeitura estava preparada para aumentar de “100 para 1000 leitos de UTI” se fosse preciso.

Entendemos que é mais do que urgente a Prefeitura realizar a ampliação do número de leitos. Independentemente da questão do comércio, a abertura de leitos é importante para atender às demandas da população. Vale ressaltar que BH já teve disponíveis, em abril de 2021, 2.227 leitos de enfermaria e 1.157 leitos de UTI para tratamento da COVID e, hoje, este número é 62% menor nas enfermarias e 78% menor nas UTI’s.

Por outro lado, o substancial aumento no número de casos de Covid provocados pela variante Ômicron já era previsto desde meados de dezembro, ou seja, há mais de um mês.

Todos sabem que Belo Horizonte foi uma das cidades com a maior quarentena do mundo. Na mesma entrevista, o prefeito admite que “o comércio foi sacrificado, bar, restaurante, trabalhador”. Entendemos que enxergar num possível novo fechamento do comércio a única maneira de enfrentar o aumento da Covid 19 é sacrificar novamente o setor que mais emprega a população da nossa capital, colocando em risco a vida de estabelecimentos e o emprego de milhares de pessoas.

Lembramos que já ficou comprovado no auge da pandemia, nos meses de março e abril de 2021, que o índice de isolamento social não aumentou com o fechamento do comércio. Os boletins epidemiológicos divulgados pela própria prefeitura comprovam esta realidade.

Na semana passada, a PBH divulgou que mais de 80% dos casos de internação na capital mineira são de pessoas que não se vacinaram. É mais um fato que comprova claramente que não é o comércio aberto que está provocando o aumento do número de casos, até mesmo porque, após a reabertura do comércio em abril de 2021, os índices só reduziram até o início deste ano.

Diante desta situação, reivindicamos que a Prefeitura seja criativa e competente para encontrar outras alternativas para conter o avanço da doença sem mais uma vez sacrificar o principal setor da economia da cidade. Desde que começou a pandemia, o comércio de Belo Horizonte compreendeu a gravidade da situação e sempre foi muito colaborativo e engajado na preservação da saúde das pessoas.

Realizamos e continuamos a realizar inúmeras campanhas de conscientização junto aos estabelecimentos para que possam garantir o máximo de segurança para a saúde dos trabalhadores e clientes.

O comércio já deu e continuará dando a sua cota de contribuição para que vidas sejam salvas. Reiteramos aqui a nossa absoluta disposição em colaborar para qualquer iniciativa que tenha como objetivo conter o avanço da doença. Mas não podemos mais uma vez admitir o fechamento ou qualquer tipo de restrição no funcionamento dos estabelecimentos de comércio e serviços em nossa cidade.

Neste sentido, solicitamos uma reunião com o senhor Prefeito Alexandre Kalil, com o objetivo de discutirmos formas de conter o avanço da doença sem, contudo, penalizar novamente milhares de empresas e empregos em nossa cidade.

Belo Horizonte, 24 de Janeiro de 2022.

ABIHMG – Associação Brasileira da Indústria de Hotéis

ABRASEL – Associação Brasileira de Bares e Restaurantes 

ACMINAS – Associação Comercial do Estado de Minas Gerais

AMEM – Associação Mineira das Empresas de Moda

Associação de Comerciantes do Hipercentro

ASSOVEMG – Associação dos Revendedores de Veículos no Estado de Minas Gerais

CDL/BH – Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte

CMI-SECOVI/MG – Câmara do Mercado Imobiliário

FECEMG – Federação dos Clubes do Estado de Minas Gerais

Galeria do Ouvidor

MINASPETRO – Sindicato do Comércio Varejista de Derivados

SENAGIC/MG – Sindicato dos Estabelecimentos de Natação, Ginástica, Recreação e Cultura Física de Minas Gerais

SINCATEVA BH – Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos, Vestuário e Armarinhos de Belo Horizonte

SINCOEMG – Sindicato dos Lotéricos de Minas Gerais

SINCOPEÇAS BH – Sindicato do Comércio Varejista de Automóveis e Acessórios de Belo Horizonte

SINDBELEZA MG – Sindicato dos Barbeiros e Cabeleireiros e Institutos de Beleza e Similares

SINDLOC-MG – Sindicato das Empresas Locadoras de Automóveis do Estado de Minas Gerais”