Estelionato

Estudantes de Uberaba caem no golpe do boleto 

Vítimas procuraram sites de faculdades e foram direcionadas para páginas falsas

Sex, 31/10/14 - 03h00
Cidade do Triângulo registrou dezenas de casos de golpe do boleto | Foto: Sergio Teixeira/Jornal de Uberab

O vestibulando é o novo alvo do chamado golpe do boleto. Ainda pouco conhecido, o crime tem feito vítimas em Uberaba, no Triângulo, nesta época de inscrições para processos seletivos de faculdades. Em alguns casos, os estudantes só descobriram que tinham sido vítimas dos criminosos no dia das provas.
 

No golpe, a vítima procura por páginas de faculdades, lojas ou prestadoras de serviço como operadoras de TV por assinatura e é direcionada para um site falso, criado por estelionatários. As páginas costumam ser muito semelhantes às originais e trazem, inclusive, o logotipo da empresa. Após realizar o serviço, um boleto falso é gerado, e o dinheiro do pagamento é enviado para a conta bancária dos criminosos.

“Instauramos processo, notificamos as partes e vamos encaminhar para o Ministério Público a questão, que já se tornou de caráter coletivo”, afirmou a coordenadora do Procon de Uberaba, Eclair Gonçalves Gomes, ressaltando que dezenas de casos do golpe foram registrados no município.

Em dois deles, de acordo com informações do Procon, candidatas aos vestibulares da Universidade Vale do Sapucaí (Univás), de Pouso Alegre, no Sul de Minas, e da Associação de Ensino Superior Unilago, em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, tiveram prejuízos de R$ 100 e R$ 260.

Ambas as vítimas procuraram os sites das instituições no Google e foram direcionadas para as páginas falsas. Elas usaram o computador de um cursinho pré-vestibular para fazer a inscrição e só não perderam as provas porque conferiram o processo de inscrição.

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Univás afirmou que não foi notificada do ocorrido e que estranha a denúncia em função da confirmação das inscrições só ser divulgada no dia 6 de novembro. Na Unilago, nenhum dos telefones foram atendidos. Na internet, foi possível localizar dois sites diferentes da faculdade paulista, mas não foi possível identificar qual deles pode ser o falso.

De acordo com a delegada Paloma Boson Kairala, da Delegacia Especializada de Investigação de Crimes Cibernéticos, esse tipo de delito não é novidade, mas está aumentando. “A prisão de um suspeito é bastante complicada, pois quando a ocorrência chega já passou o flagrante”.

Estelionato

Pena. O golpe do boleto é enquadrado como estelionato e tem pena de um a cinco anos de prisão. O crime virtual mais comum em Minas é o furto mediante fraude, como roubo direto em contas bancárias.

Passo a passo do crime

Pesquisa. A vítima usa o navegador Google para encontrar páginas de lojas, prestadoras de serviços como a Cemig, a Copasa ou mesmo faculdades e universidades.

Página falsa. A pessoa clica em um link que a direciona para um site falso criado pelos estelionatários.

Boleto falsoSemelhante à original, a página falsa permite a realização da compra ou do serviço pretendido e gera o boleto que será creditado em uma conta dos criminosos.

PagamentoA vítima paga o boleto sem desconfiar que se trata de um golpe. Ela só descobre quando o produto não chega ou quando entra em contato com a empresa.

Denúncia . Para denunciar o crime, a vítima deve procurar uma delegacia de Polícia Civil, registrar um boletim de ocorrência e levar provas, como o boleto falso.

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