Pampulha

Estupros geram medo em moradores do Bandeirantes

Suspeito segue solto, e estudante diz que está assustada e que evita andar sozinha pela região

Por Letícia Fontes
Publicado em 10 de maio de 2017 | 03:00
 
 
Crise. Segundo provedor da Santa Casa, dívida do Estado com hospital é de R$ 21 milhões; metade dos leitos da instituição foram fechados Foto: Mariela Guimarães – 5.5.2017

A notícia de que em dois meses foram registrados três casos de estupro nas imediações do bairro Bandeirantes, na região da Pampulha, em Belo Horizonte, deixou apreensivos moradores e alunos de escolas da região. As vítimas, conforme a Polícia Militar (PM), têm 14, 17 e 41 anos e duas delas seriam estudantes. A Polícia Civil investiga se os crimes foram cometidos pelo mesmo homem.

Enquanto o suspeito não é preso, quem circula pelo bairro busca alternativas para se proteger. Alunos de uma escola da região disseram que pretendem formar uma comissão para que eles próprios entrem em contato com a PM. “Alguns professores comentaram sobre o assunto porque nós, estudantes, pedimos, mas, até então, ninguém havia nos alertado”, afirmou uma jovem de 17 anos.

“Fiquei sabendo dos casos em grupos de WhatsApp. Estamos com medo. Qualquer pessoa diferente ou motoqueiro passando na rua, fico apreensiva. O jeito é andar com várias pessoas ou pedir algum parente para buscar”, disse outra aluna, de 15 anos.

Segundo o major Fábio Almeida, comandante da 17ª Companhia da PM, que atende a região, as vítimas dos estupros relataram terem sido abordadas por um suspeito na faixa de 40 anos, negro e com cerca de 1,80 m. “Na nossa região, entre os bairros que patrulhamos – Bandeirantes, São Luiz, Confisco e Itatiaia –, tivemos esses registros, mas em outras localidades, pode ter havido mais”, informou.

Entre os moradores, o que se falava nessa terça-feira (9) é que o número de vítimas seria maior do que o informado pela PM. “Já teriam acontecido cinco casos com adolescentes e uma enfermeira, que trabalha para uma família”, disse uma mulher, que pediu anonimato.

O major Almeida afirmou que a vigilância na região é constante. Procurada no fim da tarde dessa terça-feira (9), a assessoria de imprensa da PM informou que precisaria fazer um levantamento estatístico e que só nesta quarta-feira (10) conseguiria saber se houve registro de outros casos de estupro na Pampulha nos últimos dois meses.