São Marcos

Ex-detetive é suspeito de matar suposto ladrão encontrado de calcinha

Crime teria acontecido durante a madrugada desta quinta-feira (17), na casa do ex-funcionário público; ex-policial civil foi exonerado por abandono do cargo; tiro acertou a testa da vítima

Qui, 17/07/14 - 10h30

A Polícia Militar (PM) prendeu na manhã desta quinta-feira (17) um ex-policial civil suspeito de homicídio. O crime teria acontecido na casa do ex-funcionário público, no bairro São Marcos, na região Nordeste de Belo Horizonte, durante esta madrugada. O ex-detetive confessou o crime, alegando legítima defesa

Segundo o sargento Dienner Santos do 16º Batalhão da Polícia Militar (PM), o suspeito Ivair Maria Alves, 45, contou que teria ligado para a sua mulher entre 0h e 1h desta quinta e ela teria informado que estava ouvindo barulho na garagem da casa. Quando ele chegou ao local, teria encontrado dois homens no carro da família, tentando furtá-lo. Ele começou a brigar com um deles e conseguiu pegar a arma que estava com o suposto ladrão. Com o revólver, atingiu-o na testa. O outro suposto bandido fugiu.

Depois disso, Alves afirmou que arrastou o corpo até uma escadaria na rua Maria Aparecida e deixou a arma usada no crime ao lado da vítima. Moradores da região encontraram o corpo apenas de calcinha e acionaram a PM. Os policiais chegaram ao suspeito, devido ao rastro de sangue e a arma utilizada no homicídio não foi localizada.

Alves foi encaminhado para o Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção a Pessoa. A vítima ainda não foi identificada pela falta de documentação, mas aparentava ter 40 anos. 

Ainda de acordo com Santos, a região onde crime aconteceu é conhecida pelo tráfico de drogas.

Histórico

De acordo com as informações repassadas pela assessoria de imprensa da Polícia Civil (PC), Alves foi exonerado da corporação, onde atuava como detetive, em 1995 por abandono do cargo. O ex-policial teria faltado 62 dias de trabalho sem causa justificável, o que é considerado uma prática disciplinar de natureza grave, capitulada no inciso 5º do artigo 158 da lei 5406/69.

Ainda conforme a corporação, o porte de armas é exclusivo para policiais, magistrados, promotores e cidadãos que atendam à requisitos rígidos da legislação vigente. Já a posse é permitida a qualquer cidadão, desde que atenda aos requisitos básicos previstos em lei e, neste caso, a arma de fogo deve ser mantida restritamente em sua residência ou em seu local de trabalho.

Ex-policiais perdem o porte de arma, porém, podem ter a posse se atenderem à legislação. Em caso de policiais aposentados o porte é permitido, desde que o mesmo passe por exames periódicos a cada três anos. Ainda segundo a PC, ainda não se sabe se o ex-policial possuía posse de armas, uma vez que ele ainda não foi ouvido oficialmente. Alves está acompanhando o trabalho da polícia e prestando todas as informações, sendo que, ainda nesta quinta, deverá ser ouvido pelo delegado Frederico Abelha no Departamento de Investigação de homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP), no Lagoinha, na região Noroeste da capital. 

Atualizada às 17h22

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