Fraude

Falsificadores de cigarro são presos em Sete Lagoas

Para driblar a polícia a dupla envasava o cigarro ilegal em maços de cigarro de uma empresa conhecida na região. Eles também mantinham pelo menos outras quatro marcas clandestinas de cigarro de palha

Por Alice Brito
Publicado em 23 de junho de 2021 | 12:27
 
 
De acordo com a Polícia Civil, as investigações serão encerradas em 10 dias. Ainda será apurado a quantidade de cigarros apreendidos e qual seria o lucro obtido pelos homens. Foto: Divulgação PCMG

Dois homens foram presos em flagrante por falsificação e fabricação imprópria de cigarros de palha em Sete Lagoas, na região Central de Belo Horizonte.   

A polícia chegou até a dupla após uma empresa de cigarro de palha da região denunciar o sumiço de embalagens do produto, e a suspeita a respeito do roubo e a falsificação do cigarro; já que o faturamento do último mês da empresa apresentou queda de 50%.   

As prisões aconteceram nas residências dos envolvidos na última terça-feira (22). O resultado preliminar da investigação foi apresentado nesta quarta-feira (23) pelo Departamento Estadual de Operações Especiais (deoesp). 

Um dos homens era ex-funcionário da empresa e o outro tinha contato com a produção do material, ele era denominado ‘homem de confiança’ da empresa.  Devido ao fácil acesso ao material, eles roubavam os maços vazios do produto e acrescentavam cigarros falsificados. Desse modo, no momento da venda eles conseguiam despistar a polícia e os consumidores. 

Na casa dos homens, foram encontrados os maços vazios que eram roubados, e maços com marcas criadas pelos criminosos. Foi constatado que eles também produziam ilegalmente cigarro de palha - sem as devidas autorizações de órgãos reguladores. “Nós conseguimos contabilizar pelo menos quatro marcas de cigarros que eram inventadas pelos homens. Eles criaram essas marcas não as registraram, e não contribuía tributariamente para a manutenção delas. Além disso, eles colocavam o cigarro de qualidade duvidosa no mercado, porque para isso é necessário um registro na Anvisa e de outros órgãos; eles também lesavam a saúde das pessoas que consumiam o produto”, pontuou a delegada Fabíola Oliveira.  

 

Possibilidade de trabalho escravo 

A dupla ainda contava com a ajuda de três mulheres que eram responsáveis por produzirem manualmente o cigarro. Elas recebiam R$ 50 a cada mil cigarros fabricados.  As mulheres não tinham vínculo empregatício e ganhavam por produção. A polícia ainda vai apurar se a forma de trabalho se caracteriza como situação análoga à escravidão. “Elas recebiam material para produzir de quatro a oito mil cigarros de forma manual, sem seguirem nenhum protocolo. Elas não mantinham nenhum vínculo empregatício com os envolvidos.  Não vamos descartar a possibilidade do trabalho escravo, mas ainda vamos realizar mais investigações”, detalhou a delegada.  

 

Mais investigações 

  De acordo com a Polícia Civil, as investigações serão encerradas em 10 dias. Ainda será apurado a quantidade de cigarros apreendidos e qual seria o lucro obtido pelos homens.  

 

Prisões 

 Até o momento, os homens vão responder pelos crimes de furto qualificado por abuso de confiança, receptação qualificada, crime contra a ordem pública, crime contra a ordem tributária, crime contra o consumidor e contra a saúde pública.