BARREIRO

Família diz que paciente morreu por erro médico e descaso em UPA de BH

A Secretaria Municipal de Saúde afirmou que tudo que foi possível para mantê-lo vivo foi feito, mas, infelizmente, Augusto veio a óbito

Por CAMILA KIFER
Publicado em 06 de março de 2016 | 11:38
 
 
Família diz que paciente morreu por erro médico e descaso em UPA de BH Web repórter / Ana Carolina Vasconcelos

Os familiares e amigos de um funcionário terceirizado da Cemig que faleceu em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Barreiro, em Belo Horizonte, no último fim de semana, realizaram na manhã deste domingo (6) uma manifestação no local. Os manifestantes alegaram que o leiturista da Cemig Augusto Guilherme de Souza Faria, de 23 anos, foi vítima de um erro médico.

A dona de casa Naiara Querino Barcelos, de 20 anos, companheira de Augusto, alega que o marido tinha lúpus - doença autoimune rara, que é provocada por um desequilíbrio do sistema imunológico - e não poderia ingerir soro.

A Secretaria Municipal de Saúde informou que não há nada que comprove que um paciente, independente da doença que tenha, sofra alguma reação ao soro.

"Ele chegou ao local, por volta de 18h, com fortes dores abdominais. Ele foi colocado em uma cadeira de rodas, injetaram soro nele e morfina. Durante a madrugada, a minha sogra implorou para a médica atender ele porque ele estava passando muito mal, mas ela disse que tudo não se passava de charminho para ele ser atendido primeiro", afirmou a dona de casa.

Ainda em resposta ao jornal O TEMPO, a secretaria alegou que Augusto foi atendido pela primeira vez às 18h25, e, em seguida, às 19h45. Em ambos os momentos, ele teria sido medicado por remédios que não causariam nenhuma reação ao paciente. 

Por volta das 3h30, o jovem teria apresentado piora no seu quadro e foi novamente atendido pela médica de plantão, conforme informou a secretaria. No entanto, ele sofreu convulsões e não resistiu. "Todo atendimento foi acompanhado por alguém da família", explicou a pasta.

Naiara lamenta a morte do companheiro e teme pelo futuro dela e dos dois filhos menores. "Ele me deixou com duas crianças. Ele era o arrimo da minha casa. E agora o que o governo vai fazer pra me ajudar? Que tipo de assistência vou ter?", desabafou.

Para os amigos do jovem, Augusto morreu por descaso. "Foi um descaso dessa médica e é um descaso na saúde pública da cidade. Hoje, chegamos para fazer a manifestação e tinha até uma lixeira do lado de fora da UPA com lixo hospitalar. Isso não podia estar aqui", lamentou a auxiliar administrativa Ana Carolina Vasconcelos, de 19 anos.

A Secretaria Municipal de Saúde ainda afirmou que "tudo que foi possível para mantê-lo vivo foi feito, mas, infelizmente, Augusto veio a óbito". 

O leiturista da Cemig, que quando adolescente atuava como DJ Guto, deixa a mãe, a mulher e dois filhos, um de 2 anos e outro de dois meses.

Atualizada às 12h23.