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Fiat nega demissões em Betim, mas confirma parada técnica

De acordo com a empresa, será necessária uma parada técnica de uma semana após o feriado de Corpus Christi

Publicado em 28 de maio de 2015 | 10:53

 
 
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Após o surgimento de rumores de uma demissão em massa de cerca de 16 mil trabalhadores da fábrica da Fiat, em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, a montadora se manifestou negando os desligamentos. A assessoria de imprensa da Fiat Automóveis afirmou que haverá apenas uma parada técnica.

Segundo a nota divulgada pela manhã, a empresa informou que a paralisação temporária nas linhas de produção terá início após o feriado de Corpus Christi. O trabalho será retomado até 12 de junho de 2015. A Fiat explica que a medida ocorre como um ajuste às demandas de mercado. Neste ano, a montadora deu férias coletivas de 20 dias para 2.000 funcionários em março e maio, sendo que a segunda parte dos trabalhadores retoma suas funções na próxima segunda-feira (1º de junho).

Cerca de 19 mil pessoas trabalham em todo o complexo industrial, sendo que a dispensa se aplicará à grande parte delas. A parada técnica foi comunicada nesta semana para os funcionários. A capacidade de produção da fábrica é de 3.000 veículos por dia.

O mesmo acontece com outras três montadoras do país ao longo do mês de junho, sendo que ao todo pelo menos 34,7 mil trabalhadores ficarão em casa, em férias coletivas ou licença. Sem perspectivas de melhora nas vendas e ainda com estoques elevados, os fabricantes de veículos suspenderão a produção ou vão operar parcialmente a partir da próxima semana.

Em sua fábrica em São Caetano do Sul (SP), a General Motors interrompe toda a produção de automóveis praticamente ao longo de todo o mês - de 1º a 28 de junho. Os quase 5,5 mil trabalhadores da produção terão férias coletivas no período. De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do município, Aparecido Inácio da Silva, "quase 8.000 carros deixarão de ser produzidos".

O sindicalista calcula que a unidade tenha 80 mil carros em estoque. Na filial de São José dos Campos (SP), também estão previstas férias coletivas em junho para 1,7 mil trabalhadores do setor de veículos, mas a data ainda não foi divulgada. A GM não comentou o assunto.

Silva informa ainda que a GM insiste na demissão de 819 metalúrgicos que devem voltar de lay-off (suspensão temporária dos contratos) no dia 9. Na unidade, há ainda outros 900 operários em lay-off até outubro.

Já na fábrica da Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo (SP), os 7.000 funcionários da produção ficarão em casa por 15 dias, a partir de segunda-feira, período em que as linhas de caminhões e ônibus serão interrompidas. A empresa também conclui nesta sexta-feira, 29, a demissão de 500 funcionários que estão em lay-off.

Também em São Bernardo, os 3,4 mil operários da Scania ficarão em casa na primeira semana do mês. Já os 2,8 mil trabalhadores da Ford em Camaçari (BA) retornam de dez dias de férias coletivas no dia 4.

Vendas caíram 19% nos primeiros quatro meses

Até terça-feira (26), foram vendidos no país 171,7 mil veículos, uma queda de 24,3% se comparado ao mesmo intervalo de 2014. Em relação ao mês de abril, a queda é de 2,3%. No primeiro quadrimestre, as vendas caíram 19% ante o ano passado.

Na segunda-feira, 1º de junho, entram em lay-off 230 trabalhadores da Volkswagen em São Bernardo, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A empresa também tem 570 funcionários nessas condições na fábrica de São José dos Pinhais (PR) e 370 na de Taubaté (SP).

O Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora (MG) informa que dois grupos de até 120 trabalhadores devem entrar em lay-off em julho e em novembro na fábrica da Mercedes. Atualmente, há cem operários com contratos suspensos na unidade, com retorno previsto na segunda-feira.

O diretor do sindicato, Antônio Carlos de Souza, diz que a empresa propôs valor inferior aos R$ 6,5 mil pagos em 2014 em Participação nos Lucros e Resultados. "A Mercedes diz que está perdendo R$ 2 milhões por dia no Brasil e que teria de dividir esse prejuízo." Na Volvo, em Curitiba (PR), a produção segue parada em razão de greve iniciada no dia 8.

Atualizada às 11h45